Autoexperimento

No final de fevereiro decidi começar um experimento comigo mesmo, para ver seu eu conseguia escrever diariamente algumas linhas de prosa. Tarefa aparentemente simples, mas que se revelou um desafio respeitável. Haja foco. Haja assunto. A mente às vezes simplesmente não quer se prestar aquilo que é sua função primária, a razão de sua existência: pensar.

Cronistas de respeito, como o era o Rubem Braga, por exemplo, tinham um artifício para manter a regularidade quando faltava assunto: desenterrava uma velha crônica, uma que ninguém lembrava mais, ou que ele nunca tivesse publicado, retocar, atualizar, mandar para publicação. Quando você tem muito material guardado, é fácil fazer algo assim. No meu caso, venho produzindo e destruindo textos por anos. Alguns eu jogo fora num acesso explosivo de autocrítica exagerada. Outros simplesmente se perderam nas pastas do computador e depois se perderam de novo, definitivamente, quando o HD do computador deu pau.

Imagino Braga revirando os olhos.