Uma nova era na CBF?
Por que o cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol é tão desejado? No passado Ricardo Teixeira foi denunciado e afastado por corrupção, além de José Maria Marin e Marco Polo Del Nero. Outro que teve que sair do cargo foi Rogério Caboclo por causa de denúncias de suposto assedio de uma funcionária da entidade máxima do futebol brasileiro.
Não é fácil gerir uma máquina que movimenta milhões de reais e tem o direito econômico de várias competições, como também administrar a seleção brasileira de futebol. Nesta quarta (23), a CBF conheceu seu novo mandatário para um mandato de quatro anos, com direito a disputar a reeleição. Trata-se de Ednaldo Rodrigues, baiano, negro, nordestino, atual presidente interino.
O vencedor da disputa, ou melhor o ganhador de uma eleição sem concorrentes, fez um discurso acalorado, contra preconceitos, perseguições, que vem sofrendo por tentar fazer seu trabalho. Até o então vice-presidente Gustavo Feijó tentou melar o pleito com uma decisão de uma vara de Maceió, coisa que a vara judicial do Rio de Janeiro, onde fica a sede da agremiação decidiu favorável pela continuidade do pleito.
A contestação de Feijó, além de ser porque ele não está na chapa eleita, é também porque ele fez uma acusação contra Ednaldo, por ter aumentado substancialmente o salário dos presidentes da federações estaduais, que era 20 mil, para 50 mil e depois 70 mil. O certo é que a briga por poder se torna evidente.
Baiano de Vitória da Conquista, tem 68 anos e tem um slogan: 'Pacificação e Purificação do Futebol Brasileiro'. Se essa chamada pegar mesmo, veremos mudanças substâncias e conceituais grandes. Onde temos jejuns de títulos pela seleção canarinha em ano de Copa do Mundo, os clubes grandes, uma boa parte em crise financeira, tentando se arrumar por meio de SAF's, o interesse do capital estrangeiro de gerir uma nova Liga do Brasileiro, A, B e C.
É necessário um presidente equilibrado e que possa colocar seus interesses e suas vaidades em segundo plano e que possa fazer uma entidade transparente e organizada, fugindo de esquemas de corrupção e com uma gestão compliance, buscando afastas novos casos de assedio sexual e moral, onde as mulheres sejam respeitadas e ouvidas de forma serena no seu local de trabalho.