O Povo e sua Letargia Política
Num país marcado pela miséria e de lideranças políticas acomodadas, mãos perversas estão destruindo as riquezas e a saúde do povo. Todos os ratos de esgoto estão ocupando as praças enquanto crianças gritam pelos estômagos em fome brutal. A classe média, agora comprando feijão e gasolina no crédito, silencia em suas camisas verde-amarelas os cães legitimados no poder.
O que ficará para as futuras gerações? O país tem urgência de ações e utopias que toda torpeza vença. Educação vazia, milhões de desempregados e indigentes - as casas do poder nada fazem para sanar as chagas sociais. O Supremo Tribunal Federal, em seu sono esplendido, babando sobre as folhas da sofrida Constituição, arquiva todo tipo de processo que relata as atrocidades do chefe de Estado. O Poder Executivo contribui para a chaga social enquanto o parlamento é um antro de cavalheiros defendendo seus próprios negócios no espaço público.
Aqui se arquiteta a dilapidação de tesouros coletivos pelas aves de rapina. Instala-se a doença dos estômagos vazios há séculos, se vivencia doenças tropicais, pandemias mortais e tudo se torna mazela social. Dívidas de milionários perdoadas, riquezas públicas surrupiadas, trabalhadores terceirizados, pobres tratados como larvas proliferadoras de epidemias, golpes de Estado disfarçados, indistinção entre os Três Poderes. Não existe mais o Brasil varonil, apenas toscos parlamentares, banqueiros gordos e a população bestializada. Diante de tudo isso, o povo vai permanecer em sua letargia política? Vai esperar até as eleições presidenciais enquanto a cada dia se retira um direito ou um patrimônio do poderio popular?
04.04.2020