O QUE SOMOS E O QUE OSTENTAMOS

Pergunta da semana:

O que você ostenta nas redes sociais demonstra realmente o que você é ou sente?

A verdade é uma só: o que mostramos e ostentamos nas redes sociais tem muito pouco a ver com o que realmente somos e sentimos.

Da mesma forma, a nossa reação ao cumprimento "Oi! Tudo bem?" É quase sempre "Tudo" ou "Tudo bem."

Na realidade, somos mais egoístas e mesquinhos do que ostentamos - quem convive conosco todo dia, seja em casa, nos relacionamentos ou no trabalho sabe disso muito bem. E raramente alguém diz o que realmente está sentindo. Por que ninguém tem paciência com a dor ou a tristeza do outro, essa é que é a realidade. Quanto muito, dizemos umas frases feitas à guisa de consolo e colocamos tudo nas costas de Deus: tenha fé que Deus vai te tirar dessa situação - tudo bem, Deus é bom, mas só eu sei o quanto meus calos internos ou externos doem. Ou, como já disse o inigualável Quintana: “A nós bastem nossos próprios ais, /Que a ninguém sua cruz é pequenina. / Por pior que seja a situação da China, /Os nossos calos doem muito mais..."

Mas, como ninguém está nem aí com isso (nem eu com a dor dos outros), bora lá pregar um sorriso no rosto. Mesmo que seja amarelo de disfarce ou roxo de dor.

De forma semelhante, as redes sociais permitem que apresentamos nosso lado mais grotesco, seja postando fotos que beiram o ridículo, seja expressando nossas piores e mais preconceituosas opiniões sobre determinado assunto ou pessoa. Tais atitudes são um contraste com relação aos sorrisos - falsos ou genuínos - e aos milhares de "fulano (a) está sentindo se..." que postamos todo santo dia.

Mas, como já dizia Renato Russo: "a humanidade é desumana, mas ainda temos chance."

Que saibamos viver e conviver muito além da ostentação nas redes sociais, convivendo e conversando mais com nosso irmão em Cristo e tendo mais empatia pelo que o outro está vivendo ou sentindo. Por que ninguém é obrigado a viver o tempo todo com a boca escancarada cheia de dentes, como se a morte não fosse chegar.

E viva Raul Seixas!