SOMOS O QUE PENSAMOS? (BVIW)
Ah, se me fosse possível reduzir toda a existência do meu pensamento e de forma subliminar deixasse de atuar em mim estímulos suficientes para que eu não tomasse consciência do concreto que me exaspera dando lugar ao abstrato onde a representação figurativa não transcende as aparências exteriores da realidade. Quero fugir dessa realidade Quero fugir de mim mesma. Porque já não sei mais quem sou se sou real se existo. Transcendo. E me torno difícil de compreender e sem ser filosoficamente profunda cabe-me tão somente a adjetivação de um ser METAFÍSICO.
Enquanto isso me digladio entre os meus dois lados: um que canta Ferreira Gullar, porque “uma parte de mim pesa, pondera: outra parte delira.” O outro lado canta Oswaldo Montenegro por pedir, que “a minha loucura seja perdoada / Porque metade de mim é amor e a outra metade também.”