Escrevi sem raiva
Vasculhando a galeria de fotos do meu celular deparei com uma foto que tirei na intenção de ilustrar uma crônica que pretendia escrever e não escrevi. Resolvi não escrever, pois estava com uma baita indignação, pra não dizer raiva.
Em que pese alguns compromissos que tinha e que adiei, para levar minha mãe de oitenta e nove anos ao laboratório a fim de colher sangue para exames, o dia estava tranquilo e eu também.
Indo pela rua do laboratório, rua movimentada, que vaga para estacionar é quase uma loteria, vi que na vaga destinada para embarque e desembarque no tal laboratório, acabava de encostar um veículo Corsa e dele desceu uma jovem. Segui confiante que a vaga seria desocupada e eu poderia encostar para desembarcar minha mãe, coisa que não aconteceu. Com a compreensão dos outros motoristas, parei no meio da rua, desci e fui cuidar de ajudar minha mãe, que tem dificuldade de locomoção, a descer do carro, com a complicação que meu carro é grande e alto. Minha irmã entrou com ela no laboratório e eu fui cuidar de estacionar em algum lugar. Aquela Senhora no seu veículo, permaneceu ocupando a vaga por vinte cinco minutos, até que aquela jovem entrou no carro novamente e se foram. Naquele período muitos passaram pela mesma situação que eu.
Enquanto esperava resolvi caminhar um pouco e quando voltei encontrava-se estacionado na tal vaga, um veículo Fiat Doblô, com a identificação de uma instituição que cuida de idosos. Imaginei: se alguém de uma instituição de idosos não compreende a finalidade daquela vaga de estacionamento, que serve exatamente para atender aqueles que não podem caminhar ou caminham com dificuldade, quem é que compreenderia? Tirei a foto do veículo, que ficou lá até irmos embora. Fui buscar meu carro sabendo que teria que novamente parar no meio da rua atrapalhando o transito, mas uma vaga surgiu quando eu estava próximo e resolveu o problema. Para não desmerecer o nosso país, forço a acreditar que essa falta de evolução não seja coisa só nossa, será?