De volta pra casa
Era para ser uma manhã qualquer, mas nesse dia, houve uma longa garoa.
Vestígio do orvalho molhou aos poucos os virgens capins do humilde jardim de Anaor.
Inocente, confiou no dia anterior e saiu com a roupa de verão.
Desligado da realidade, ao fechar a porta e aos primeiros passos ao trabalho, deu conta da necessidade de retornar ao quarto e trocar-se de roupa.
Pela pouca experiência do novo dia, pensou: ou mudava de roupa ou sofreria de frio.
Levou quinze minutos para se trocar. Ao retrancar a porta da sala, deu conta de estar atrasado e perdido o busão que o levaria ao trampo.
Desesperado, apelou à bicicleta do irmão caçula: ou pagava mico trabalhar indo trabalhar com uma bicicleta de pequeno porte a ou levaria falta injustificada.
Estressado, teve que encher o pneu e ainda pegar às escondidas a bicicleta do irmão.
Levou quarenta minutos para chegar ao serviço. Ao chegar e descer da bicicleta, lembrou que o endereço do serviço havia se mudado a um bairro de três quilômetros dali.
Lembrou dos trintas reais restante no cartão de débito e apelou a um uber. Após vinte minutos, o uber chegou e o levou ao local. Deu o valor exato da corrida, acredita?
Anaor foi surpreendido após a retirada do uber.
Era dia de domingo. Ninguém trabalhava na empresa, a não ser os porteiros e os caminhoneiros.
Teve que pedalar quinze quilômetros de retorno para casa.
Voltou irado e inconformado! Levou uma semana para sarar da terrível dor no corpo. Ficou uma semana afastado do serviço em plena experiência.