Início do Outono...
Domingo, 20 de março de 2022.
Está chovendo lá fora. Hoje, começa o outono. Foram dias de muito sol, um sol escaldante. Bem difícil de suportar. Agora, as folhas vão começar a cair e a temperatura também. Eu gosto desse meio termo. Nesse dia de marco, quero escrever. O que há de penoso e o que há de resplandecente quer se apresentar. Espero que me venha o melhor.
Mais cedo chorei pensando no que para mim é incompreensível, sendo assim, algo que não vale o esforço de tentar compreender. De qualquer forma, não sabia que começava o outono. Isso é, que mudou a estação. E, sim. Algo mudou. Não sei, exatamente, quando. Entretanto, agora, estou diferente. Lembrei-me da música da Cassia Eller: (...)"mudaram as estações e nada mudou/ mas, eu sei que alguma coisa aconteceu/ tá tudo assim tão diferente"(...). Eu acho que os marcos em nós são percebidos assim. Quando paramos para fazer um balanço emocional.
Eu me sinto forte, principalmente, pela fé que tenho de que as coisas vão melhorar e na gestão daquilo que está sobre meu controle. O que for possível fazer para que eu seja feliz, eu farei. Eu acho que é minha responsabilidade. Os sentimentos são naturais, são livres. Então, não adianta forçar a barra. Têm dores que tem o seu tempo de nos castigar. Lutar contra indignação, raiva, tristeza não é uma tarefa fácil. Contudo, não é impossível.
Esses dias para trás, teria sido o aniversário de 77 anos da Elis Regina ou da música dela, uma coisa assim. Eu fiquei pensando no que leva uma pessoa usar tantas drogas, álcool e tal. E acabar se matando com uma overdose. Eu imagino que talvez tenha sido a vontade de entorpecer uma dor. Definitivamente, essa não é uma boa opção. A primeira vez que fui a um museu, tinha uma exposição da Elis. Tinha vídeos da vida particular, roupas que ela tinha usado em shows e quarto todo escuro com uma parede toda com uma tela com um vídeo da música "Como nossos pais". Parecia que ela estava lá, cantando para mim. Foi uma emoção inigualável.
A chuva diminuiu agora, acho que já está na hora de finalizar essa crônica. Eu quero observar essa estação com bastante atenção. Ver as folhas ficarem amarelas e beges e caírem. Bem como, observar esse ciclo similar que funciona dentro de mim. Como um ser que habita um ambiente natural. Quero como a natureza enfrentar minhas estações internas da melhor forma possível. Fazendo o melhor com que eu tenho.