Eleição!

Eleição!

Alguns sobrinhos, irmãos, primos, amigos, conhecidos têm preocupado com isto. Eles têm razão. Eleição é assunto que envolve todos os cidadãos e cidadãs da comunidade.

Nosso sistema político é representativo, a cada eleição escolhemos quem fala por nós. Daí a minha implicância com o conceito de povo: num sistema representativo quem fala é o representante do povo, não o povo!

Minha encrenca com eleição é mais ampla, tem a ver com a natureza humana. A humanidade, desde sempre, é imatura. Os cidadãos e as cidadãs, responsáveis pela escolha de seus representantes, inclusive seus escolhidos, são imaturos.

Ser imaturo não é defeito, tem a nada a ver com pejoratividade, significa simplesmente que o organismo tem um modo de funcionamento que não alcançou, ainda, a plenitude do desenvolvimento existencial.

A característica principal da imaturidade é a irracionalidade: ausência da capacidade de avaliar, comparar, julgar, decidir racionalmente. Predomina na imaturidade o puro interesse, e o que é mais enigmático, a inconsciência!

Então, eleição é construção humana, por ser humana é imatura.

Isto sugere que todo cidadão, toda cidadã, rico ou pobre, analfabeto ou escolarizado, eleitor ou candidato, analista político ou celebridade, vota de modo imaturo, ainda que inconsciente, por puro interesse!

Por ventura a humanidade, em algum tempo, alcance a maturidade, ainda sim, existirá o puro interesse, mas poderá ser o puro interesse coletivo!

Joao dos Santos Leite
Enviado por Joao dos Santos Leite em 20/03/2022
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