Lá estava ela afobada como sempre. Mal vista pelos literatos abusadores da linguagem culta, saia pela tangente. Ao menos era lógica.
- Tem espaço pra todos na gramática! Se a mesa não tem pé, o que impede uma adaptação? Ninguém está assassinando a sangue frio a língua portuguesa. É só um jeitinho brasileiro. Vai dizer que ouvir o julgamento está nas mãos do STF não deixa a frase mais imperiosa? Além de o sujeito tornar-se mero acessório: assim não presta contas e nem investe em segurança.
- Metonímia, metonímia. Cheia de si como sempre! Mas há quem diga que você não passa de um quebra galho confuso e desnecessário. Pedir as mãos em casamento é um disparate. Imagine as mãos respondendo? Como se tivessem boca... Poderia ser menos presunçosa, menina? Respeite os meus cabelos brancos!
- Não está mais aqui quem falou, D. Figura de Linguagem, a conceitada e fecunda. Sem comparação ou predileção entre nós. A catacrese e eu já temos até uma conexão na adoção das palavras! Confundem-nos, como gêmeas univitelinas. Já com a comparação... Bivitelinas. Mas sejamos sinceras, respeitar o seu cabelo ao invés da sua velhice? Contraditório. Não há quem não se renda... Risos. Nem mesmo você, criatura!
- Ah, menina, atrevida, Vai logo chamar os outros. Já vou fechar a Gramática!
- Pede pra estilística ser mais tolerante, não gosto de pressão. Tem replay: conteúdo é empurrado goela abaixo e queda no abismo do esquecimento. Exceção pra metáfora que é a queridinha do Brasil!