O MIMO
Faz tempo ando sem tempo para andar à toa. Mas outro dia fazendo de conta que a avenida era minha enquanto buscava uma capinha de celular, vi tantas outras coisas que acabei me dando um mimo. Talvez meu subconsciente gritasse por uma súbita expectativa de felicidade ali ou instante de curiosidade despontasse na linha do horizonte.
Tão logo esgotou o prazo do meu passeio e voltei para o carro com mulher e tudo dentro, mal me contive e compartilhei minha euforia:
- você não adivinha o mimo que comprei pra mim! Parecia uma criança feliz e estava mesmo! Para você ver, como sentimentos nos surpreendem.
- Não tenho como adivinhar, fala logo!
- Mostrei orgulhosa meu copo Stanley, since 1913.
- Isso não é um mimo! É um mimão! E riu mas confessou dizendo que eu até que demorei a querer.
- Nem eu pensei que fosse querer! Deve ser que está muito quente hoje.
Para finalizar a crônica do mimo, digo que o Stanley movimentou o fluxo de Heineken da casa e ambos tem se dado bem. Me sinto mais feliz também. Afinal, é normal ser normal e “a felicidade corre sem parar...” o jeito é alcançá-la enquanto podemos. Nem só de trabalho, pão e vinho, vive o homem.