A AUSÊNCIA DE RESPEITO SONEGA-LHE O TRONO. ("Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono." — Marquês de Vauvenargues)

Era o fim da manhã já na sala dos professores, onde eu me encontrava cercado por colegas professores. Em meio às conversas animadas de despedida daquele dia, surgiu um tema que sempre provocava polêmica e discussões acaloradas: a postura dos educadores diante da figura do presidente do país.

Alguns defendiam com veemência a liberdade de expressão, argumentando que cada indivíduo tem o direito de expressar suas opiniões, mesmo que sejam contrárias às autoridades. Outros, porém, acreditavam que essa postura denotava uma falta de patriotismo e civilidade por parte dos professores.

Entre as conversas, uma voz se destacava. Era a voz de um professor que, sem reservas, expressava seu descontentamento em relação ao presidente Bolsonaro. Palavras fortes e ácidas ecoavam pelo recinto de encontro, enquanto ele o chamava de burro, idiota, vagabundo e lixo.

Essa atitude despertava sentimentos conflitantes em meu coração. Por um lado, a liberdade de expressão é um valor inegável, fundamental para a democracia. Por outro, questionava-me se esse professor, ao desrespeitar de forma tão contundente a autoridade máxima e legítima do país, seria capaz de transmitir valores de respeito e cidadania aos seus alunos.

Observando as interações desse professor, percebia que seu comportamento não se limitava apenas ao âmbito político. Ele frequentemente demonstrava falta de respeito em suas relações com alunos, funcionários e colegas. A falta de consideração pelas opiniões alheias refletia-se em suas atitudes diárias.

Confesso que minha confiança nesse professor começava a abalar-se. Como poderia confiar em alguém que desrespeita e menospreza o próximo? Lembrava-me das palavras do sábio: "Quem respeita, merece respeito". E, nesse caso, o respeito era uma via de mão única.

É verdade que aqueles que subestimam o adversário revelam uma falta tremenda de inteligência. No entanto, a falta de coerência também estava presente nas palavras desse professor. Ao mesmo tempo em que proferia insultos aqui, quando nas reuniões pedagógicas, ouvia-o dizer: "Vamos orar para Deus abençoar nossa reunião!" Essa contradição deixava-me perplexo.

No final das contas, percebia que a atitude daquele professor não condizia com o papel de um educador exemplar. Ele havia se tornado mais do que um simples professor, transformando-se em um militante, um ativista. Suas emoções e convicções políticas se sobrepunham à sua missão de educar e formar cidadãos.

Refletindo sobre essa experiência, cheguei à conclusão de que o respeito é um pilar fundamental em nossas relações humanas. Independentemente das discordâncias políticas, devemos manter a civilidade e o diálogo respeitoso. Somente assim poderemos construir um ambiente de aprendizado saudável e inspirador. CiFA