QUANDO MENOS VALE MAIS

Certamente não é nem deve ser regra geral, afinal de contas praticamente em tudo pode haver divergências, controvérsias e abrir espaço para novas e inúmeras alternativas, mas em algumas ocasiões a síntese vence a análise. Sim, é possível menos valer mais. O mero sorriso, por si só, tem mil promessas envolvendo muitas palavras, assim como o beijo repentino, o abraço inesperado, o aceno de chegada ou de despedida, tantas coisinhas miúdas prontas para dizer muito com menos.

Podemos afirmar que também nas atividades rotineiras menos tem a característica de valer mais. Como, por exemplo, na culinária. Claro! Não é correto destacar que tempero demais estraga qualquer receita? Se a carne ou o peixe passar do ponto, também. Ressaltar a importância do menos em detrimento do mais e sua consensual valia mostra o quanto, por muitas vezes, ser avaro no mais tem o condão de tornar melhor apurada a obra em andamento

Quem demonstra ser prolixo se utiliza do amontoado do mais e, pobre dele, termina não sendo compreendido em sua exposição, nos tantos termos através dos quais fala. Já o moderado, quando explana, servindo-se efetivamente do menos com o intuito precípuo de apresentar seus enfoques, foge do mais realçando com o pouco mas iluminando quem o ouve ou lê com o total entendimento. Nessas ocasiões, por conseguinte, o menos, óbvio, vale mais.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 12/03/2022
Código do texto: T7470986
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