Reminiscências... Sim; Por Que Não?

Hoje ao acordar, por volta da seis da manhã lá no nosso sítio em Vassouras, para onde tinha ido ontem levar a minha Vó Tininha, estando ainda meio sonolento, ouvi quando lá do seu quarto ela pediu que eu pegasse e levasse para ela; o 'cofrinho', que na verdade é um velho e carcomido baú, pouco maior que uma caixa de sapatos, que fica preso em um gancho logo acima de uma antiquíssima 'penteadeira' que faz parte do mobiliário de todos os quartos da casa...

Só que ao tentar pegá-lo, ele me escapuliu das mãos e ao cair no chão esparramou um monte de papéis velhos, alguns até já carcomidos pelo tempo, sendo que ao recolhê-los, um deles me chamou a atenção; era um envelope já amarelado pelo tempo, onde estava escrito:"Oh! Que saudades que tenho, da aurora da minha vida...", e lógicamente cheio de curiosidade fui logo abrindo o tal envelope e dentro dele haviam quatro fotos em preto-e-branco de um menino em traje escolar, sendo que no verso de uma delas estava escrito: "Lembrança dos meus oito anos", e não por acaso; "Meus Oito Anos" é o nome desse tão conhecido poema do grande poeta Casimiro de Abreu...

E quando perguntei à minha vó; quem era aquele menino; ela disse que aquele era o seu pai; o meu bisavô Manuel Cesário, começando em seguida a relembrar momentos inesquecíveis da sua infância que passou ali naquele lugar que anteriormente tinha sido a sede da fazenda da família...

E eu acabei ficando ali, extasiado ouvindo minha querida Vó Tininha recordando com muitos detalhes várias daquelas suas, digamos assim; lendárias reminiscências de um tempo que passou e não volta mais, justificando assim tudo aquilo que já dizia o grande poeta Casimiro de Abreu: " Oh! Que saudades que tenho / Da aurora da minha vida, / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais! "