POR UM MOMENTO, DE VOLTA À INFÂNCIA...
Ela estava assistindo no YouTube, o Vatican News. E quando terminou entrou em seguida sem ela escolher, um vídeo sobre a Ordenação Episcopal de dois sacerdotes. E ela assistiu pela primeira vez esta belíssima celebração realizada pelo Papa Francisco, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, em Roma.
Os dois sacerdotes, em alguns momentos, eram conduzidos por Acólitos ou Seminaristas ou Cerimonialistas, não sei bem o nome correto. E ela foi tocada por uma lembrança de sua infância e pré-adolescência.
Após fazer sua 1ª Eucaristia aos 8 anos, em 1948, ela se vestiu de anjo até completar quase seus 13 anos, momento em que a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima visitou o Rio de Janeiro e foi à nossa paróquia de Nossa Senhora da Consolação e Correia, da Ordem dos Agostinianos, na Rua Barão do Bom Retiro, no Engenho Novo. Paróquia em que ela se casou e batizou seus 4 filhos. Foi o encerramento desta caminhada de anjo que começou quando ela coroou Nossa Senhora e que sua mãe fez até promessa para que ela fosse escolhida em companhia de outro anjo, para este momento inesquecível.
Voltando. Mas ela ficou comovida com a lembrança de que, também já havia conduzido muitas crianças para receber Jesus Eucaristia. Explico melhor:
Naquela época, no dia da festa, para o momento da comunhão, as crianças eram conduzidas por 2 anjos que as levavam em filas e por banco de cada lado da Igreja, até ao altar, onde se ajoelhavam lado a lado, à frente de uma mesa comprida, preenchendo toda a largura do altar e aguardavam o celebrante para ministrar o alimento espiritual, Jesus, o Pão do Céu. Após todas o receberem, levantavam e voltavam aos seus bancos para rezar em agradecimento a Deus, sempre acompanhadas de seus anjos. As crianças só podiam comungar diretamente na boca e em jejum desde a hora que dormiam até a hora da comunhão.
Só em 1962 é que o Papa João XXIII abriu o Concílio Vaticano II e o Papa Paulo VI, o fechou em 1965, trazendo, especialmente, para Liturgia, mudanças visíveis para toda a Igreja. Como exemplo, a missa deixou de ser rezada em latim. O sacerdote passou a rezá-la de frente para os fiéis e etc.
Continuando, haviam outros ritos para antes e depois da comunhão. Seis anjos levavam em cortejo, cada criança que leria no altar os atos de fé, esperança e amor. E vou confessar que ela era sempre escolhida para participar destes momentos. Ela lembra muito da Catequista coordenadora, Dona Alcina, uma mulher de fibra que sabia controlar todo o grupo da catequese com seu jeito animado de ser.
Hoje ela percebe que Deus já a estava preparando, para momentos mais profundos de contato com o mistério, quando a partir de 1977, aceitou o convite do Padre José Roberto Devellar para ser catequista em sua paróquia no Lins de Vasconcelos, São Tiago Maior. E depois, em 1991, após estar aposentada, aceitou o convite para ser Coordenadora da Catequese da São Francisco de Paula – Ordem dos Mínimos, na Barra da Tijuca, por dez anos.
Sendo Catequista e Coordenadora, ela preparou muitas 1ªs Eucaristias, sempre, com o mesmo amor e dedicação daquele tempo de infância, quando foi um anjo conduzindo crianças até Jesus Eucaristia.
E neste momento em que o passado se torna presente, ela sentiu vontade de rezar por todas estas crianças, por suas famílias, suas catequistas e pelos Padres celebrantes. Não existe passado, é tudo um só momento de nossa vida.
Por isso sejamos gratos a Deus por tudo!
Terezinha Domingues, 10 de março de 2020