Às vezes a vida cala fundo. São momentos difíceis de serem explicados. Mas, de repente, me vem aquela profundidade da existência, do "estar aqui", do "sentir" e do pleno entendimento disso tudo. Sempre acreditei que nada nesse mundo é por acaso. Não sei se chamaria isso de misticismo ou fatalismo. Na verdade, fatalismo é quando tomamos de forma passiva as situações, acreditando que não podemos modificá-las. Então baseada nisso, acho que sou mesmo mística.
Acredito no sorriso, no abraço, nas simples coisas como acordar e ver meu vizinho abrindo a porta de seu carro, o sol nascendo, ou o caminhão do correio entregando uma encomenda. Tanta coisa...chama-se vida. E ela passa tão depressa, como num piscar de olhos!
Inverno, Primavera, Verão, Outono, Inverno...ciclo rápido, que temos que viver com toda a intensidade. Porque tudo é breve. Só não é breve aquilo que perpetuamos dentro de nós. Como aqueles momentos "Kodak" que nunca esquecemos e que ficam como porta-retratos imaginários nas paredes da alma, ou dormem na nossa lembrança em gestos eternizados.
Sinto-me sempre sem tempo para o atraso lento daqueles tão conhecidos dias difíceis que por vezes enfrentamos. Mas o que quero mesmo é saborear com vontade todos os meus momentos de felicidade.
Tema: Sem tempo para o atraso