Uma bela mulher (BVIW)

 

Tenho boas lembranças da minha mãe, de suas lições e, em especial, por ela ter sido uma mulher à frente do seu tempo. Basta dizer que qualquer novidade, por mais simples que fosse, era celebrava com a sapiência de não fazer comparações com o antes e, sim, apenas usufruir dos seus avanços. Se viva fosse (viveu até o final da década de 70), seguramente acompanharia os avanços tecnológicos e estaria pronta para (re)aprender, sem tempo para o atraso. O seu jeito não lhe permitia lamentar o tempo supostamente perdido, mantinha-se disposta a novas possibilidades de conviver, de estar sempre bem.

Homenageio, nesta data, a minha mãe, colocando-a como a representante da mulher que sabe qual é o seu papel na sociedade, escolhendo, por decisão própria, o que quer ser. Ela valorizava o ser humano, independentemente da escolha sexual, reconhecendo as habilidades e competências individuais e, por isso mesmo, via cada pessoa como um ser especial. A mulher que me fez ser o que sou, sabia enxergar, nas entrelinhas da vida, a importância de valorizar-se e de ter amor-próprio. Ela me ensinou que é importante fazer o bem, cultivar valores e princípios, para vivermos em harmonia.

Minha mãe me dizia que era necessário enxergar-se, conhecer as próprias fraquezas e adversidades, pois só assim podia ser capaz de praticar a empatia. Com a sapiência dessa MULHER não me permito atraso no tempo, vivo o hoje.

 

Iêda Chaves Freitas

08.03.2022.

Tema da semana: sem tempo para o atraso