Dia Internacional da Mulher. Maria Firmina dos Reis
Maria Firmina Dos Reis. Uma Maranhense. Uma Brasileira.
Maria Firmina dos Reis.
Uma heroína que escreveu em letras de ouro páginas gloriosas na
história dos maranhenses. Sofreu as injustiças de uma infame crueldade
que se vem repetindo desde tempos imemoriais.
Lutou contra a mancha negra da escravidão. Venceu. a Sua luta não foi
inglória. Hoje os maranhênses, as maranhênses, o Brasil, têm um
um nome que as dignifica que lhes serve de guia.
Há, sempre houve escravos. Puro engano, mistificação da história.
Maria Firmina tinha razão.Sempre teve razão,assim como tantos outros
que como ela lutando e vencendo. A primeira vitória foi a vitória
contra o tempo.
Sempre houve escravos. Os velhos e os novos.
Hoje,nesta civilização avançada,os escravos são outros.Não têm cor.
Têm outra regalias, mas continuam sendo escravos.
São escravos vivendo em elegantíssimos escritórios, não têm o capataz
negreiro, o tronco o chicote. Quem manda, quem os escraviza
não conhecem. Conhecem apenas aquela tela que lhes dá ordem. Por
obra e graça de um mísero papelinho são escravos de uma máquina
infernal que os domina, os controla e quantas vezes os destrói.
Continuam escravos.
Recebem ordens. Fixam-lhe objectivos. Deixam de ter tempo para a
família, para os filhos.
O tempo mal chega para os novos senhores de escravos que ninguém vê
mas que existem.
Os velhos escravos á noite faziam ouvir os seus nostálgicos cantos
e, quando a sanzala dormia, corvos negros esvoaçavam, vigiavam torturavam.
Hoje os novos escravos não têm hora. Não têm tempo, nem chegada nem saída.
Seus donos vivem no luxo. Ninguém sabe quem são.
Os corredores do poder são a sua sanzala. Os cadeirôes de
luxuosos gabinetes, o seu "tronco".
A caneta de ouro a sua chibata.
Muito mais haveria de dizer destes novos escravos e dos seus senhores.
Os novos escravocratas.
Razão tinha Castro Alves, o poeta dos escravos.
A Rua é do povo como o céu é do condor!
O condor continua a ser livre. Os escravos de hoje continuam a ser
escravos, existindo, pensando que vivem, continuando a ser escravos.
A memória de Maria Firma dos Reis, continua bem presente.