Ésquilo já afirmava: "Na guerra, a verdade é a primeira vítima". Infelizmente não é a única vítima. Há a expectativa exponencial de que a invasão da Ucrânia venha a se disseminar por outros países. Cerca de um milhão refugiados da Ucrânia e, na Rússia procuram fugir das pesadas sanções impostas que já começam a afetar severamente todo o país, mas são certeiras no povo, principalmente, os mais necessitados.

Os países ao redor da Rússia e parte da OTAN não estão seguros. O Leste europeu está preocupado. A Lituânia já declarou o estado de emergência, Suécia e Finlândia se juntou à cúpula de emergência da aliança e, os EUA aumentaram suas tropas em países como a Polônia.

Os países e aliados da Otan estão observando cada movimento da Rússia, alertando que sua aliança militar fará de tudo para defender "cada centímetro" de seu território.

O artigo 5º da Carta da Otan diz que "um ataque contra um aliado é considerado um ataque contra todos os aliados". Se isso acontecer, o mundo se move para um território desconhecido e há uma possibilidade perigosa de um confronto Otan-Rússia.

Quando o toque de recolher termina e as sirenes de ataques aéreos silenciam, as pessoas correm sofregamente para as lojas, se as lojas estiverem abertas e as prateleiras ainda tiverem suprimentos.

Ouvimos de estações de metrô transformadas em refúgios que as pessoas estão se unindo para ajudar umas às outras. Mas, quando o toque de recolher permanece em vigor por 36 horas, a comida e a água começam a escassear. Alguns moradores se mudaram para hotéis locais.

Os moradores sobreviventes com a ajuda de voluntários que também estão fazendo o que podem para manter as pessoas alimentadas. Há um grande espírito comunitário, nota-se que todos estão contribuindo, incluindo organizações internacionais e locais. Mas a preocupação é que, se isso continuar por muito tempo, até encontrar comida será difícil, ou impossível.

A história nos conta que os golpes militares e as invasões conquistaram tomando as emissoras de televisão e os palácios presidenciais. Isso não será suficiente.

Haveria um contra-ataque feroz e uma insurgência ucraniana surgiria rapidamente. O apoio viria de muitas direções, muitas fontes e de muitos tipos. É difícil imaginar que essa estratégia sobreviveria. Ficaria apenas na história como a mais sombria página das horas terríveis.

Tão logo a Rússia invadiu a Ucrânia, veio a primeira parcela de sanções, que começaram a sufocá-la economicamente. E, tais medidas foram bem recebidas por ucranianos, mas, igualmente ridicularizadas posto que sejam insuficientes. E, nem fizeram mudar a opinião do Presidente Putin sobre o conflito armado.

O Ocidente ainda está atordoado e, algumas dessas sanções levarão tempo, e até meses para surtir concretos efeitos, mas, já estão nocauteando a moeda russa (rublo), as ações, a riqueza da oligarquia russa, porém, o knock down mesmo se dá na vida nos mais pobres.

Não há suprimentos e armamentos essenciais que foram prometidos. O espaço aéreo da Ucrânia permanece fechado para voos civis e, alguma ajuda militar está chegando pela Polônia, por trem, e também da República Tcheca.

Entre as consequências, o preço do petróleo superou em os cem dólares, pela primeira vez em mais de sete anos, depois que Putin anunciou a operação militar alcunhada de "especial". É proibido por lei russa, referir-se como guerra. 

Evidentemente, como a Rússia é dos maiores produtores de petróleo, e um conflito militar afeta o mercado do produto, de sorte que as sanções impostas podem também pressionar o preço da energia seja direta ou indiretamente.

Se a guerra provocar a interrupção do comércio euro-russo de combustíveis, os europeus terão que procurar energia noutro lugar, em um mercado mundial cada vez mais apertado e caro. E, a não ser que a Arábia Saudita venha a trair a Rússia, sua aliada informal no cartel de grandes produtores, e majore sua produção de petróleo.

 

Já se registram quedas expressivas nas bolsas de valores, alta generalizada do dólar e escassez de produtos que já estão no tabuleiro da guerra, tais como o petróleo e os grãos.

E, a rápida escalada de tensões já reverberam no mercado financeiro, basta identificar que as bolsas de valores despencaram em diferentes países. Enquanto isso, Moscou suspendeu as negociações na bolsa em todos seus mercados e, por tempo indeterminado.

O petróleo, trigo e milho são produtos cujos beligerantes são fornecedores estratégicos e, já se encontram em alta nos mercados internacionais.

Em nosso país, o conflito armado dificulta a manutenção do pseudoclima de bonança. E, na contramão do mundo, a bolsa de valores brasileira encontra- se em rota de valorização e o dólar registrou o menor valores dos últimos meses e, ainda traz forte tendência de investimento estrangeiro no mercado brasileiro.

O estrago da guerra da Ucrânia vai se refletir na economia global. E, com as pressões sobre os preços dos combustíveis afetam o mundo inteiro. Piorando ainda mais a inflação que já se encontra elevada e, com essa, será necessário subir juros o que dificulta, ou até inviabiliza o crescimento econômico.

Enfim, nessa trincheira não haverá quem escape incólume.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/03/2022
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