LEMBRAM DO ROBÔ DA FAINCO?

Pois é, decorria o ano de 1969, o Brasil se preparava para a copa de 1970 no México tendo como técnico João Saldanha que garantira a vaga da seleção canarinho para aquele certame, no entanto semanas antes do embarque para o México, João Saldanha e toda comissão técnica fora demitida o que causara grande repercussão na imprensa esportiva daquela época. Muitas teorias foram levantadas quanto a demissão, provavelmente fora por questões políticas já que o técnico se posicionava contrário a realidade político-social daqueles tenebrosos anos de exceção.

Os Estados Unidos da América finalmente alcançavam o espaço lunar com sua Apollo 11 e seus fiéis desbravadores, Armstrong, Collins e Aldrin comprovando aos terráqueos que o universo está ao nosso alcance, que, entre o céu e a terra há muito a ser descoberto. O mundo não fora mais o mesmo após este episódio, porém existem indivíduos que ainda duvidam do acontecido. Alguns grupos de pessoas em sua maioria do hemisfério norte defendem a tese de que o circo do pouso lunar fora montado no deserto de Nevada próximo a famosa área 51. Seria uma emergente teoria da conspiração semeando dúvidas e descrença quanto a capacidade intelectual do homem do século XXI?

Na nossa Florianópolis provinciana acontecia a II FAINCO (Feira e Amostras da Indústria e Comércio) no espaço da atual Assembleia Legislativa de Santa Catarina, que na época estava em fase de acabamento para sediar a casa do “povo”. A primeira edição acontecera no prédio da Faculdade de Filosofia na UFSC, no ano de 1968. Imagino que as pessoas nascidas na região da grande capital nos anos 40/50/60 lembram deste evento, eu lembro, estava lá com meus onze anos de idade todo eufórico com as novidades “de outro mundo”. Este evento, muito repercutiu em todos os jornais e rádios, pois a televisão só chegaria em Florianópolis no ano seguinte através da TV Cultura canal 6, atual Record News. Nesta feira, além de produtos expostos advindos de invenções e inovações industriais para a época, havia um imponente ônibus Mercedes-Benz O-321 adquirido pela Viação Trindadense. Lembro das vivas cores laranja com detalhes verde, cor padrão da empresa. Após o encerramento da feira, o bólido O-321 iniciou seu trabalho levando e trazendo passageiros do bairro Trindade até o centro de Florianópolis e vice-versa, que, na ocasião seu ponto final era na Praça Pereira Oliveira ao lado do Teatro Álvaro de Carvalho, hoje um estacionamento. Como era gostoso viajar naquele ônibus, macio, espaçoso para participarmos da hoje esquecida, mas na época, um dos maiores eventos culturais da cidade, a famosa Festa da Laranja da igreja Matriz daquele bairro. Na feira daquele ano, penso que a maior atração ficara por conta de um inusitado robô, genérico do robô do seriado Perdidos no Espaço, o amigo do doutor Smith, lembram? Ele caminhava desengonçadamente pelo espaço da feira acendendo luzes coloridas e “conversava” com aqueles que ousavam fazer algumas perguntas em estilo manezês. Se bem me lembro, era uma verdadeira “orgia” para a criançada interagirem com aquele ser meio galáctico, meio humano, inclusive eu, manezinho do continente que raramente assistia televisão, salvo quando nosso pai nos autorizava a assistir pela janela da sala de TV do nosso vizinho, o seu delegado, o único que possuía tal aparelho na rua onde morávamos em Capoeiras. Se não me falha a memória, este robô deu o que falar, pois muitas histórias (ou seria estórias?) surgiram acerca de uma possível fraude do seu criador (ou tutor). As manchetes na época anunciavam que o infeliz robô fora preso juntamente com o seu tutor, porém alguns afirmam que o ser galáctico ficara no xilindró, enquanto o espertalhão do “ser pensante” fora liberado seguindo para a sua cidade de origem no sudeste brasileiro, abandonando a infeliz engenhoca deixando ao deus dará. Até hoje não se sabe que destino levou após sua “espetacular” prisão, sabe-se que ficara no imaginário popular muitas interpretações... Nossa Florianópolis, querida Desterro com seus causos e casos. Quem lembra do robô da II FAINCO. Eu lembro, e tu ô istepô, lembras?

Valmir Vilmar de Sousa (Vevê) 05/03/22

valmir de sousa
Enviado por valmir de sousa em 05/03/2022
Código do texto: T7465876
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.