Foto: Alina Souza/CP
Depois de um carnaval que não existiu...
Estamos depois de um carnaval que não existiu. Não houve sons de pandeiros nem de tamborins, nem choro de cuíca. Realmente, não era mesmo para ter existido. Todo cuidado ainda é muito pouco. Entretanto, as fantasias não faltaram. Máscaras, nem tanto. Bebemos e dançamos nas ilusões. Acreditamos que tudo estaria melhor, com a normalidade dando as caras.
De repente, durante o período carnavalesco (sem o carnaval do povão), do lado de lá um louco autocrata, sem diplomacia alguma, ataca o seu vizinho com bombardeios a todo vapor, ou seja, a todo poder de fogo, ceifando vidas inocentes, por questões, a meu ver, meramente políticas.
No último final de semana, dois ônibus de equipes profissionais de futebol, um em Salvador/BA e outro em Porto Alegre/RS, foram atacados por torcedores fanáticos, vitimando jogadores com pedradas, causando traumatismo craniano em um deles.
O certo é que muita gente ainda não conseguiu aprender algo de bom com a atual pandemia. Passaram os carnavais, mesmo sem terem existido, e não aprendeu a valorizar os abraços, a respeitar uns aos outros. Ainda matam e se matam por interesses políticos, por puro fanatismo religioso, por preconceito etc e tal.
O carnaval, que não existiu, passou... e vieram as cinzas. Para muitos, terminou tão somente em cinzas; para outros, é ensejo para o recomeçar através das cinzas. Rever os conceitos e buscar a melhoria da própria visão da realidade da vida. Ou seja: melhorar-se como pessoa.
Assim, vamos seguindo pelas estradas do cotidiano, aprendendo inclusive com os fatos e atitudes negativas, neste país do carnaval e mundo afora, entre carnavais e carnavais; o do povão, que não existiu ou ainda não tenha existido; e o dos bastidores da política, sabe-se lá!