NAS "TEIAS" DO SONHO

Nesta "Quarta-Feira de Cinzas" -- que amanheceu cinzenta, prometendo chuva, coisa incomum no Pará -- encontro na revista SUPER INTERESSANTE de março/2006 amplo texto de 10 páginas que traz, na capa, "A Chave dos Sonhos" e, dentro, o artigo "Os Sonhos Decifrados". Minhas dúvidas foram extintas e só me falta o sonho de editar um livro com boa parte dos contos atuais nascidos a partir DE SONHOS que tive. Oportunidade de publicar não me faltou... consegui em fins de 2019, graças a um sobrinho, dinheiro suficiente para 3 livros, mas quis o Destino que eu não publicasse sequer o melhor deles.

Incomodei por meses a jovem secretária nissei de uma gráfica em Belém, assim como contactei desde agosto/2020 o escritor e crítico literário TOM FARIAS, que se propoz ser meu prefaciador. Quanta impertinência, sem chegar alugar algum... contudo, só agora meus contos atingem um nível de qualidade que justifica um livro, pelo custo que tem (?!) -- nem falo em termos ecológicos -- e por cobrar de cada autor um mínimo de criatividade e apuro literários. Os comentários que recebo via RECANTO DAS LETRAS -- onde está meu "acervo" enquanto escritor -- e de alguns amigos aqui em Belém me animam a finalmente produzir o tal livro, embora me APAVORE uma tarde de autógrafos... assisti algumas delas entre 1989 e 2000 e vi sendo vendidos 4, 10 ou 25 volumes, ficando depois disso centenas deles sob a cama do Autor. Ainda que tal "infortúnio" não me bata à porta, tive várias chances de publicar "perdidas" pelo fato de ainda escrever "à moda antiga", do jeito que aprendi nos anos 1960, levando notas vermelhas por grafar errado palavras agora definidas como CORRETAS, por mero capricho de uma Reforma (?!) Ortográfica desnecessária, inútil e estúpida.

Logo, não posso participar de Editais de publicação gratuita surgidos de Órgãos oficiais, além de Editoras dispostas a imprimir novos autores -- mesmo septuagenários -- recusarem meus Originais avessos a tal Ortografia "petista". Assim vou indo, "navegando contra o vento" da obediência cega aos padrões coletivos e tendo que arcar com as consequências de ser fiel aos meus ideais e à dedicação de minhas Mestras e professores dos tempos de Primário e de Ginásio.

Trago a certeza de que "...UM NOVO DIA HÁ DE CHEGAR !" será publicado algum dia, esteja eu vivo ou tendo partido para "outras terras", porque tem MÉRITOS para ser sucesso e contos que hão de virar FILMES. Claro que, no Exterior -- sem os problemas "de Ortografia" inventados na Pátria amarga -- posso publicar a qualquer momento, porém isso depende de um golpe de sorte. Diria eu que tal momento já (me) sucedeu: uma grande Entidade americana pretendeu me publicar em 2020, contudo era voltada para crianças e meu livro continha contos bastante inadequados para essa faixa de leitores.

Acabei por desistir da proposta... ficaram sem nada entender !

-- "Brasileiro é assim mesmo, "my dear"!, diriam os japoneses, que levam meses se programando e uma semana para CONCRETIZAR seus projetos. O povo da "república de bananas e "bananas" demora meia semana "planejando" e MESES -- por vezes ANOS -- para realizar qualquer coisa, seja ela hidrelétrica, ponte, estrada de ferro, hospital, reles Feira de bairro ou esse "Reforma Ortográfica" surgida lá por 1990 e que o "Lulismo" encampou por questões politiqueiras em 2012, visando agradar Portugal e África. Não deu certo... ambos recusaram a PATACOADA e cá estamos nós a ESCREVER ERRADO pois, agora, isso é o CORRETO !

"NATO" AZEVEDO (em 02/mar. 2022, 7hs)