Trago verdades: Sou da geração "Saúde é o que interessa e o resto não tem pressa!" Essa frase seria minha, não fosse a audácia do Paulo Cintura, personagem icônico da Escolinha do Professor Raimundo (e o respectivo roteirista da novelinha). Cross fit, musculação, treinamento funcional: Por aqui as roupas de academia não fazem companhia às traças nas gavetas. Mas de um tempo pra cá, celebro com a alegria o famoso meme "Tá pago" do dia. Tem dias que a minha criança interior é dominada por uma velha rabujenta, que trocaria, sem nenhum remorso O hidratante de corpo por um cataflam gel. Quem nunca? Recupero as forças à base da pressão provocada por essa mídia sufocante: não é só estética, é saúde. As vezes dá uma vontade de dizer pra nutricionista bombada: O meu peso, minhas regras! E ela fosse abduzida de forma pirotécnica para uma esfera superior onde boiasse numa bolha gigante vista pela sociedade machista e preconceituosa, em 3 D? Maldades à parte, não poderia confundir o trabalho da moça com o ideal nada alinhado às exigências do mundo. Se tivesse tido a sorte de Gisele ou de Jennifer Lopes, ao menos por um dia: elegância, beleza, delicadeza, amor à natureza. Só não perderia pro Rodrigo Hilbert, um santo homem feito numa forma de ouro e jogada fora pra evitar cópias. Como me cobro muito, ano novo, fui tentar a prática de Yoga que é uma espécie de transição planetária ao mundo animal. E a sensação que tenho é que sou um “porco-espinho-lesma-minhoca com tronco e membros de um carvalho gigante e com raízes tortas. Não deu certo, transito nesses mundos extremos e o meu Namastê, mais acelerado do que a alma prescinde, faz dormir meu corpo, enquanto entoam um mantra. Não era pra mim...