Ainda tenho na lembrança quando mudei para São Paulo, cidade tão viva, aquela loucura de carros na rua. Um dia, voltando do trabalho, parada em um cruzamento da Avenida Santo Amaro, dois meninos tentaram abrir as portas do meu carro com revólver em punho, sorte que elas estavam travadas. Minhas pernas tremiam tanto que, chegando em casa, precisei de um bom trago para me acalmar por ter escapado com vida. Mas, sempre me recupero de meus sustos; afinal, não é a vida uma grande aventura?
O ano sempre voa, e acabo vencendo um dia cada vez, e o negócio é rezar para meu santo de devoção, pois é preciso coragem para se viver. Sempre penso muito em atingir um equilíbrio e como resultado, cobro de mim mesma uma atitude de peso. Sinto que estou naquela idade de aproveitar todo o aprendizado que os anos me ensinaram, então transito pelos meus conhecimentos e celebro a vitória de cada dia.
A vida traça caminhos que são verdadeiras lições. Como diz a música - “O tempo não para” - de Cazuza, “Dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão".
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