O CEGO...

Francisco de Paula Melo Aguiar

Era uma vez...

Em ti e por ti, meus sóis...

Uma cidade rica à luz de Deus, dos homens e do cego.

És a terceira luz dentre as duzentas e vinte e três estrelas da visão tupiniquim paraibana.

O cego sentado no entorno de uma das árvores da Getúlio Vargas, ao som da cascata ali existente, uma espécie de coração pulsante da cidade, lugar santo e abençoado pela Virgem da Conceição e por Santa Rita, a padroeira.

E no vai-e-vem da cidade, o cego tinha assuntos demais, não parava a boca...

E o cego disse que queria ver o sol, a lua, as estrelas, o mar, sua sombra, o hospital infantil e a "favela" construída na cidade "santa" entre os postes alugados pela Energisa, com fios de todas as cores e empresas de telefonia e Internet, tudo sob o olhar cego e omisso das autoridades locais.

E isso porque o cego disse que não ver qualquer cor primária, secundária, terciária...

Então perguntei qual a cor que ele via, o cego "in loco", disse: vejo tudo preto.

Então o contrário do preto é branco.

Aí o cego amarelou que ficou vermelho...

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 01/03/2022
Reeditado em 01/03/2022
Código do texto: T7462634
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