O CEGO...
Francisco de Paula Melo Aguiar
Era uma vez...
Em ti e por ti, meus sóis...
Uma cidade rica à luz de Deus, dos homens e do cego.
És a terceira luz dentre as duzentas e vinte e três estrelas da visão tupiniquim paraibana.
O cego sentado no entorno de uma das árvores da Getúlio Vargas, ao som da cascata ali existente, uma espécie de coração pulsante da cidade, lugar santo e abençoado pela Virgem da Conceição e por Santa Rita, a padroeira.
E no vai-e-vem da cidade, o cego tinha assuntos demais, não parava a boca...
E o cego disse que queria ver o sol, a lua, as estrelas, o mar, sua sombra, o hospital infantil e a "favela" construída na cidade "santa" entre os postes alugados pela Energisa, com fios de todas as cores e empresas de telefonia e Internet, tudo sob o olhar cego e omisso das autoridades locais.
E isso porque o cego disse que não ver qualquer cor primária, secundária, terciária...
Então perguntei qual a cor que ele via, o cego "in loco", disse: vejo tudo preto.
Então o contrário do preto é branco.
Aí o cego amarelou que ficou vermelho...