CRÔNICA
EMINÊNCIAS PARDAS NO ITAMARATY
Começam a despontar nas relações internacionais, por conta de americanos e europeus, de que, nos bunkers do Itamaraty esteja aflorando um” foco de resistência” às ideias do Presidente Bolsonaro!
O Brasil tem um peso relevante, principalmente por fazer parte do Conselho de Segurança da ONU. Mas a hesitação de Bolsonaro diante do confronto, o racha entre apoiadores bolsonaristas e a visita ao Kremlin, na semana passada, obrigaram as diplomacias estrangeiras a sair em busca de interlocutores fora do Planalto.
"Há praticamente uma insurreição no Itamaraty contra as posturas de Bolsonaro", disse um dos mais experientes embaixadores europeus na ONU, na condição de anonimato.
Do lado americano, negociadores admitem que estão em "constante" conversas com a chancelaria brasileira e que estão cientes de como existe um grupo que defende posturas tradicionais do país, tanto na defesa do multilateralismo como do direito internacional.
Nos últimos dias, o silêncio constrangedor de Bolsonaro apenas foi interrompido por uma cacofonia de vozes dentro do governo sobre como tratar a crise na Rússia. Um dos poucos consensos é de que a introdução de sanções seria inaceitável ao setor agrícola e, portanto, o caminho não é sequer considerado. Mas denunciar publicamente Putin passou a ser um desafio, já que poderia resultar em perdas para os negócios que o país quer manter com os russos.
O Itamaraty ainda rejeitou a tese dos russos de que sua ação teria, como argumento, a necessidade de garantir um equilíbrio de segurança na ONU diante da expansão da OTAN. Para Costa Filho, isso "não dá direito de ameaçar outro estado.
Diante do veto da Rússia, o embaixador brasileiro "lamentou" o fato de que o Conselho não pode reagir a uma violação. Mas o embaixador brasileiro também aproveitou para criticar a ruptura com Moscou e alertou ameaças e força não funcionarão. "Não há alternativa à negociação", insistiu. Segundo ele, ao incluir no texto o termo "ato de agressão", o documento mostrou como a situação atual é grave. Mas ele alertou sobre o risco de que o mesmo termo não seja usado em outras ocasiões.
Jose Alfredo Evangelista – jornalista
Pesquisas Internet – GOOGLE
“Jamil Chade” de UOL.