E AS GUERRAS NÃO SÃO FATOS HISTÓRICOS
Quando pensávamos que a selvageria humana poderia estar se encaminhando para o túmulo, a Rússia nos mostra que não temos, se quer, o direito de sonharmos. Quanta saudade das aulas de História na época da educação básica quando ouvíamos falar das guerras sangrentas e das centenas de mortes causadas pelas pelejas travadas entre os iguais. Para nós, tudo aquilo era apenas história passada e números frios que muitas vezes estudávamos para poder fazer uma avaliação no final da unidade letiva. Agora é diferente, estamos acompanhando nossos semelhantes se matando em prol de caprichos de autoridades covardes que jamais se arriscariam colocar seus lindos trajes em meio ao fogo cruzado. Na época da educação básica, éramos adolescentes, queríamos curtir, viver as experiências próprias dessa fase, não internalizamos o que de fato, vinha sendo apresentado pela professora de História. Agora somos adultos, temos filhos, sobrinhos, netos, pais, avós. Dá um embrulho na garganta ver as imagens dos pais fugindo de suas casas, tentando proteger suas crianças, mandando para outros países, na incerteza de reencontra-las. Pessoas já idosas tendo que deixar seus lares, onde viveram por tantos anos. Um tanque de guerra aponta para um carro de civil e passar por cima, sem nenhuma justificativa. Ver um civil ser atingido por estilhaços de bomba e pegar fogo, ser consumido pelo fogo em via pública. Um presidente de uma nação solicitar ajuda Internacional e não receber resposta imediata deixa qualquer um espantado, já que muitas nações pregam a paz mundial, são signatárias dos Direitos Humanos e de tantos outros combinados. Não está em discussão quem tem razão ou não, estamos falando sobre os transtornos causados na vida de milhões de pessoas, sem falar, ainda, no número de mortos e feridos. Como sabemos, diversos povos vivem em guerra há muito tempo, já não nos surpreendemos, infelizmente. Uma sociedade civilizada jamais poderíamos imaginar que veríamos tanques, aviões, soldados marchassem para cima um vizinho. O mundo assiste atônico o duelo sangrento entre o elefante e a formiga. Os demais moradores da floresta apenas assistem, sem nada fazer, mesmo que a formiguinha tanto apelo tenha feito para que o ajudassem. Mas sabe aquela história do incêndio que ninguém se sente na responsabilidade de controlar e ele acaba consumindo todo o prédio? Pois é, em pleno século XXI, deveríamos guerrear para que a civilidade seja garantida sempre. As desavenças deveriam ser resolvidas em uma larga mesa de discussão civilizada.