BANALIZAÇÃO DA CRIMINALIDADE

Está a cada dia mais frequente por parte da justiça e de seus representantes mais diretos a banalização dos crimes cometidos pelos “homens mais honestos do Brasil”.

Agora foi o arquivamento da denúncia de corrupção contra o coroné Ciro, acusado pelo construtor da arena Castelão de ter pago propina ao ex parlamentar. A desculpa arranjada foi – "falta de prova".

Onde já se viu recibo de propina?

Por acaso estaria a justiça esperando encontrar um recibo nos moldes:

- eu fulano de tal, declaro ter recebido, o valor X, a título de propina por facilitação e interferência política nas obras de tal ou tal instalação pública, pelo que dou total quitação e nada mais tendo a reclamar em juízo ou fora dele.

Ora, faça-me o favor!

As “pernadas” dos ministros do STF para proteção de bandidos, as nossas leis e o regime prisional progressivo já são incentivo à criminalidade.

Noutro dia, um dos advogados mais atuantes na defesa de ladrões de alta estirpe, declarou:

– “se o crime já ocorreu, para que punir? Punição não desencoraja a criminalidade”.

Outro, por sua vez, entregou uma veste talar, símbolo de retidão e honra, ao luladrão declarando que ele, “mais do que ninguém, era digno de usá-la”.

O fato que mais estarrece a quem assiste esses absurdos é o silêncio constrangedor das associações de magistrados, das ordens dos advogados, dos nossos representantes no parlamento e das demais pessoas de bem.

Está nos parecendo que envergonhados por tais atitudes, a dignidade, a honra e o pudor abandonaram os obreiros da justiça.