A vida como ela é
Enquanto viver para uns significa magia, prazer, liberdade, oportunidade, benção, para outros, viver é apenas algo sem importância, sem sentido e, talvez, até mesmo a morte. Esse viver por obrigação, tem gosto amargo da dor e do sofrimento e causa efeitos que podem destruir sonhos e esperanças. Pena que pessoas que pensam assim, desperdiçam grande oportunidade, além do que a felicidade que passou não volta mais. A vida passa e essas pessoas não saem do lugar e morrem como se não tivessem vivido.
Os prejuízos que causam são infinitamente incalculáveis para o seu processo de evolução. É atraso que levará anos ou gerações para se recuperar, isso se tiverem forças e novas vidas para superar espinhos ou dificuldades do caminho.
A vida perde o seu real sentido, quando se vive para si, de forma egoísta e material e quando o que deveria ser amor tem seu lugar ocupado pela vaidade. Quando a vaidade vence o amor, é impossível viver, pois os fantasmas ressurgem da escuridão e tiram toda paz e liberdade do sentir.
Quando chegar nessa fase, procure ajuda, pois é humanamente impossível vencer seus medos, receios e se reconhecer e encontrar as razões de que precisa para viver sem ter a companhia da morte. A morte neste caso será sempre sua aliada e, assim, procure fugir dela enquanto há tempo.
“A VIDA É CRUEL E PERDE O SEU SENTIDO REAL, QUANDO A RAZÃO DEIXA DE EXISTIR E A PAIXÃO ASSUME A DIREÇÃO”. (Edimilson Eufrásio)
A vida terrena é apenas um estágio para nossas almas
Mas morrer não é um bicho de sete cabeças, mas, um bem necessário para sua alma. Quando o homem consegue entender o significado da morte, vive como nunca viveu, pois compreende que a morte não é fim, mas, sim, o recomeço para uma nova missão: a espiritual.
É comum a morte amedrontar os seres humanos, principalmente aqueles que não acreditam na vida após morte. Alguns ironizam a morte: “quando morrer e ver que existe essa nova vida, volto para contar, enquanto isso, prefiro não acreditar”. O que essas pessoas desconhecem é que, enquanto pensam assim, o mundo gira e os mortos de alguma maneira, estão procurando se comunicar com a Terra, com seus entes queridos e amigos, através de centros espíritas, sinais, sonhos, intuição, dentre outros mecanismos, fenômenos paranormais, etc. Assim, buscam algum tipo de manifestação, até mesmo para levar um recado ou uma mensagem de paz a seus familiares.
A imortal escritora jauense Hilda Hilst, segundo consta e contam em verso e prosa, além de crônicas, tentava se comunicar com mortos através de ondas no rádio - um sistema que ela chamava de rede telefonia. “A poeta é a escutadora, e ela levou suas antenas para ouvir suas peças, seus mortos....”.
Hilda foi taxada de louca ou maluca por muitos, mas, na verdade, ser louca e maluca, em seu caso era o maior elogio que alguém poderia receber. Quem não queria ter esse dom ou talento para se comunicar com os mortos?Na visão deste poeta, que é mais louco do que maluco, os loucos e malucos sempre foram aqueles que não tiveram a capacidade de percepção e entendimento, daquilo que Hilda queria transmitir. Hilda acreditava na existência de vida em outros planetas. A poetisa jauense abriu as portas do saber para os curiosos e os que tinham medo de enfrentar a morte.
Chico Xavier, o maior ícone do espiritismo mundial, um ser evoluído espiritualmente, revelou, enquanto atuava na psicografia, inúmeras mensagens de mortos aos vivos, que serviam até como prova para Justiça. Está mais do que provado, que o mundo espiritual, é uma realidade, no mínimo um mistério, a desvendar, e um desafio para os medrosos.
Já o Programa Fantástico da Rede Globo de Televisão exibiu a reportagem “Poeta Grava Vozes dos Mortos, em 18/03/1979, que mostrava a poetisa e escritora Hilda Hilst (1930-2004) e suas experiências com gravações de vozes de desencarnados, a exemplo dos pesquisadores Friedrich Juergenson (autor do livro "Telefone para o além"), Konstantin Raudive, Hans Bender, Sonia Rinaldi, Hernani Guimarães Andrade, dentre outros. A revista Planeta (edição de julho de 1977) veiculou reportagem sobre as pesquisas de Hilda.
O escritor João Guimarães Rosa, autor, dentre outros, de Grande Sertão Veredas, disse por ocasião de sua posse na Academia Brasileira de Letras, em 1967, que “O mundo é mágico: as pessoas não morrem, ficam encantadas”, retrata duas vertentes interessantes: a primeira é transformar o mundo em magia, uma maneira bela de ver e viver a vida e a segunda, de que a morte é apenas um encanto ou seja, não existe um fim, um encantamento, talvez seja o mundo no qual as almas se encontram, após a morte do corpo material ou físico, como queiram.
Percebe-se que a morte não tem ligação direta com determinada crença, mas, ela, por si, é essencialmente uma ciência a ser estudada pelos humanos, até mesmo para que percam o medo desse fenômeno que o poeta define, humildemente, de “transição necessária” à evolução da alma. Uma frase deste poeta resume bem o texto em questão: “a vida terrena é apenas um estágio para nossas ALMAS”.