Saulo e a sua nova visão sobre Jesus de Nazaré.
Jerusalém, a cidade de Davi, foi destruída pelos babilônios no ano 587 a.C ao tempo do rei Zedequias, porém restaurada por ordem de Ciro, rei da Pérsia, a partir do ano 520 a.C sob a liderança de Neemias que se tornou o governador da província e de Esdras, o sacerdote que liderou as reformas religiosas para o culto israelita no pós-cativeiro Babilônico.
A partir daí, a Palestina havia se tornado objeto de disputa pelo poder.
Foi dominada pelos macedônios liderados por Alexandre, o Grande, pelos reis ptolomeus e pelos selêucidas durante quase 200 anos até à revolta dos asmoneus liderados por Judas Macabeus por volta do ano 166 a.C.
Após muitas batalhas, finalmente, foram os asmoneus derrotados pelo exército romano e a Palestina foi anexada ao Império Romano pelo general Pompeu no ano 63 a.C que, para assegurar o domínio de Roma sobre a região, nomeou Herodes, o Grande, rei sobre a Palestina em 37 a.C
Foi este Herodes que recebeu a visita dos magos em Jerusalém, os quais tinham vindo adorar o recém nascido Rei dos Judeus, e que ordenou a matança de todos os meninos com idade abaixo de dois anos, numa tentativa homicida e injustificada de eliminar qualquer concorrência ao trono.
Naqueles dias que se sucederam ao martírio do Nazareno, Jerusalém havia se tornado uma cidade muito perigosa, notadamente para aqueles que decidiram seguir os ensinos de Jesus.
Movidos pelo ciúme e ódio gratuito contra os seguidores do Mestre, as autoridades insuflaram as massas que, sob algumas lideranças, dentre elas o jovem Saulo, passaram a perseguir, prender e tirar a vida de todos quantos confessassem ser discípulos de Jesus.
Os perigos eram tantos, que resolvi sair de Jerusalém com todos os meus familiares. Quase que furtivamente, numa determinada noite deixando para trás tudo quanto havíamos conquistado, saímos da cidade, da região da Judeia e nos mudamos para Damasco, a capital da Síria. Uma viagem de aproximadamente cinco dias a pé, para uma distância de cerca de 150 km levando apenas a roupa do corpo e alguns poucos pertences.
Em Damasco, aluguei uma casa e passamos a reconstruir a nossa vida.
Como judeu, tornei-me conhecido e respeitado em Damasco por ser um zeloso seguidor da Lei de Moisés.
O meu nome hebraico é Hananiah e, na forma grega, traduz-se para Ananias. Como em Damasco não havia, até aquele momento, qualquer interesse que justificasse uma perseguição aos cristãos, parecia que, finalmente, teríamos um pouco de paz, tranquilidade e sossego, livres da perseguição e do medo de sermos todos aprisionados por causa da nossa Fé.
Tudo ia bem até aquela data em que, após um dia estafante de trabalho, tive uma experiência que pode ser compreendida também como uma visão ou, um momento de reflexão espiritual em que pareceu-me ouvir nitidamente a voz do Senhor a me chamar e dizer:
"Vá à casa de Judas, na rua chamada Direita, e pergunte por um homem de Tarso chamado Saulo. Ele está orando e eu lhe fiz saber que será visitado por um homem chamado Ananias que orará sobre ele para que torne a enxergar."
Fiquei atordoado com aquela visão. Ora acaso não seria este Saulo, o mesmo que andava perseguindo os cristãos em Jerusalém? O que estaria ele fazendo em Damasco?
E o medo começou a tomar conta do meu coração. Como dizer isso para minha família? Como dizer para eles que precisaríamos nos mudar de Damasco pois a perseguição também chegara até ali?
Em minha oração, questionei o que entendi fora um chamado de Deus para mim, e Ele então me respondeu:
"Ananias, não tenha medo. Vá! Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome."
Ora, a mim e a qualquer outro, é permitido questionar qualquer palavra que seja atribuída a Deus em nossa experiência de vida.
Deus não nos fez autômatos! A estória de que Deus tenha feito o homem a partir de um boneco de barro, inerte e sem vida, é uma tentativa de explicar e compreender o incompreensível; de conhecer o incognoscível.
Como "barro" não pensa, não decide e não age, esta é a forma "religiosa" de escravizar ou, no mínimo, enclausurar o pensamento humano a serviço dos "Illuminati" e dos seus interesses nem sempre altruístas e, quase sempre, egoístas.
Conformado e obediente, dirigi-me até o endereço mencionado, onde encontrei o jovem e temido Saulo, completamente cego e dependente dos seus companheiros. Impus-lhe as mãos e orei para que Deus restabelecesse a sua vista, o que aconteceu imediatamente.
O que sucedeu em seguida, foi inacreditável. O jovem Saulo levantou-se, pediu para ser batizado como testemunho de ter abraçado a mesma Fé em Jesus e, logo depois da sua recuperação, foi às sinagogas existentes em Damasco e começou a anunciar que Jesus, aquele mesmo Nazareno que ele perseguira até então na pessoa dos seus seguidores era, de fato, o Filho de Deus.
Eu voltei para minha casa e para a minha família. A vida continuou sem maiores percalços, pois todas as atenções agora estavam voltadas para o jovem Saulo, convertido ao Cristianismo.
Soube, muitos dias depois, que os judeus tentaram tirar-lhe a vida, mas os seus discípulos fizeram-no descer, á noite, dentro de um cesto pelo lado de fora das muralhas da cidade e dali, foi conduzido de volta a Jerusalém.
Quem jamais teve um encontro com Jesus de Nazaré, e não experimentou a transformação de vida?
Isto aconteceu comigo! Aconteceu com o jovem Saulo, e pode acontecer também com você.
Basta de religiosidade e de teorias sobre Deus!
Basta de crendices e superstições fundadas no misticismo e nas interrogações que nunca encontram respostas significativas para os dilemas do homem moderno.
Conheça a Jesus! Basta Ele, tão somente Ele!
Como transcrevi a experiência de Ananias, coloco-me à sua disposição para conversarmos sobre a sua experiência com Jesus.
Deus te abençoe!
Pr. Oniel Prado
Verão de 2022
20/02/2022
Brasília, DF