Como um dia de Domingo

HOJE sou meio avesso aos domingos. Explico: era nos dias de domingo que eu e meus irmãos nos reunirmos na casa dos meus pais. Era uma festa, não faltava um papo interminável sobre o passado, piadas, cantorias, aquela fraternidade e alegria; ninguêm ficava à margem e nem se ocupava com contatos à distância, novidades ou aquele frisson por saber as últimas notícias. Era no tempo dos domingos sem celular. Mais: rolava sempre bebidas para "esperar" o almoço, sempre uma dobradinha, cozido, feijoada ou peixada.

Agora não temos mais aquele tipo de Domingos. Num desses domingos solitários, cansado da pauta das redes e sem querer saber das "novidades", fiquei lembrando das músicas que falam do domingo. Lembrei das Jovens tardes de domingo, do Rei Roberto, de uma música que dizia num refrão: "o que é que eu vou fazer domingo à tarde?" Mas lembrei também da que mais gosto, um dueto com Gal e Tim Maia que começa assim: "eu preciso te falar de qualquer jeito..." e a parte que mais gosto: "... Eu preciso descobrir/ a emoção de estar contigo,/ ver o céu amanhecer/E a vida acontecer/Como um dia de domingo".

Não há mais domingos como os de antigamente. Inte.