IV 50 ANOS DEPOIS... 15h03min. (reminiscências).

O Plano Real, não foi somente de “flores”, também havia “espinhos”, no segundo caso, o mais agravante foram os juros extorsivos dos bancos, e nós, iríamos evidenciar isto.

Em nossa pequena empresa, as coisas iam se agravando, com a monumentais quedas nas vendas e principalmente com a inadimplências de muitos clientes. Após dois anos, acabamos praticamente ficando só, num esforço para não fechar nossas portas, mas apesar de tudo procurando honrar nossos compromissos, mesmo pagando com dificuldades nossos fornecedores.

Chegamos a ter três pessoas no escritório e quatro vendedores, quando a empresa vai mal, acaba usando o Cheque Especial, e o desconto de duplicatas, mas isto não é a solução, pois não resolve, apenas protela.

Me parece que foi em setembro de 1996, quando foi debitado na conta da empresa, o equivalente a doze salários mínimos de juros. Foi quando resolvemos procurar fazer um aceto com o Banco, o Banestado, no final fizemos um acerto, dividir o que devíamos em 24 pagamentos, que daria em torno de dez salários mínimos mensais, porém, havia um senão que não sabíamos, as parcelas seriam corridas mensalmente, o que dificultava nossa situação. Pagamos com sacrifício doze parcelas, o que agravava nossa situação financeira...

Comentamos com um amigo, que tinha conta neste Banco, pois era um juiz aposentado, ele, escreveu uma carta ao Banco, relatando nossa situação, ofereceu a instituição R$ 8.000, reais pelas parcelas restantes, “milagrosamente” acabaram aceitando e quitando nossa dívida. Este amigo tinha um valor investido neste Banco, procuramos mensamente pagar a ele os juros, que na época era em torno de dois salários mínimo...

Em dezembro de 1996, havíamos requerido nossa aposentadoria junto ao INSS, que somente saiu em fevereiro de 1998, para o nosso alivio, pois vínhamos pagando 20% sobre cinco salários mínimos nos últimos 24 anos...

Até fizemos um plano, de mensalmente abatermos com nossa aposentadoria a dívida com este amigo. E isto realmente acabou não acontecendo, pois em setembro de 1998, tiramos nossa última nota fiscal, em face de um decreto, de FHC: a distribuidora não pode estar localizada no mesmo terreno da residência do proprietário...

Seria preciso nos mudar, pagar aluguel e ainda mais contratar um farmacêutico, embora não vendêssemos nem um produto controlado e deste modo chegara ao fim 30 anos dedicados ao comércio. Continua e prometemos fazer o epílogo no próximo texto para não cansar nossos prezados leitores (as) 15h36min.

Curitiba, 17 de fevereiro de 2022 – Reflexões do Cotidiano – Saul

https://www.recantodasletras.com.br/autores/walmorzimerman

mensagensespiritas.site walmor.zimerman@bol.com.br

Walmor Zimerman
Enviado por Walmor Zimerman em 17/02/2022
Código do texto: T7454482
Classificação de conteúdo: seguro