AO CARO DARTAGNAN SOBRE AS CRÔNICAS ANTERIORES. PEDOFILIA.

Sou seu amigo Dartagnan, e sei da sua conduta, que muito aprecio, e do quanto você me distingue, o que tenho em alta conta e me honra.

Esse adendo é pela interpretação do texto anterior que pode levar a dúvidas de quem leia. Quanto ao procedimento omisso ou não do Papa Bento XVI diante da pedofilia é assunto vasto, e nada disso cuido ou cuidei, cuido agora.

Esse ignominioso crime, NADA IGUAL COMO CRIME, posto que com as mesmas mãos do voto clerical jurado diante de Deus, para ministrar sacramentos, abusa-se da inocência de uma criança, é das maiores ou, para mim, a maior das aberrações, que tem como pena castração química em nações civilizadas, juntamente ao estupro.

Sou católico por força de família, apostólico, romano, entenda-se a titulação da crença como instituída de forma originária; NA REALIDADE CRISTÃO. Não sou e nunca seria fundamentalista, leia-se radical, em nada, compatibilidade pessoal de conduta adquirida por formação. Respeito a tudo e a todos, frise-se bem, capazes, (pois incapazes não têm entendimento) que não afrontem os costumes tornados por vezes lei.

Evidentemente desse respeito excluo com todas as forças os pedófilos, e execro com todas as forças, mais e muito, os que fazem votos de servirem a Deus e maculam o ser mais puro que habita o planeta, a criança.

A Igreja, como instituição, foi criada pelo homem, conhecendo-se sua história que assim se põe aos nossos olhos, ainda que com o ordenamento a Pedro para que sobre a pedra fosse erguida, um eco da pregação do Filho de Deus, o mais sagrado dos homens. São Paulo, excepcional advogado e intelectual, deu os contornos especiais e fundamentais da grande instituição que alargou seus braços sobre o tempo.

Não foi esse ou aquele Papa que não expurgou ou fez o que devia fazer, FOI A INSTITUIÇÃO, NO QUE FALHOU GRAVEMENTE.

São conhecidos os grandes desvios do homens que integraram a igreja nas épocas priscas; compreende-se a luxúria que campeava, a política e a dominação, o poder temporal assim estimulava.

Em nossos dias, contudo, fazer escola como se infere dos números a pedofilia, nos preceptores da igreja, é escárnio, repulsivo e asqueroso. Homens que votam pela pobreza, pela absoluta humildade, pela castidade (do que discordo em minha pequena ótica como dogma secular, entendendo dever ser abolido o celibato, não pregado por Cristo e não integrante mesmo do antigo testamento) e se desviam de seus votos da maneira mais indecente sob aspecto humano, manchando a inocência de uma criança, é das mais hediondas covardias existentes. Seria amoral ou imoral, já que na órbita legal é criminoso?

Todo ato definido na lei como crime não punido exemplarmente, paradigmaticamente, como vem ocorrendo de múltiplas formas, incentiva o aumento da conduta criminosa. É o que ocorreu com a pedofilia no seio da igreja por falta de punição e um certo acobertamento, visando não expor o féleo sabor de entranhas viciadas no desprezível hábito.

Isso faz com que, ineditamente, o primeiro dignitário da Igreja lance documento papal sobre o tema, após antecessores pedirem desculpas papais e gastarem fortunas com indenizações.

Onde se encontra a raiz da ausência de punição e do alastramento da conduta criminosa? Na própria lei interna da igreja que não ponho em cheque, apenas considero, já que devem responder pelos atos provados perante a lei comum que obriga a todos.

Corporativamente, o Código Canônico, trata os “clérigos de conduta gravemente escandalosa (como os pedófilos)”, palavras da lei, de maneira benévola, afirmando em seu cânone 2300, que “se depois de admoestado não reforma sua conduta nem é possível de outro modo evitar o escândalo, pode entretanto ser privado do direito a vestir o traje esclesiástico”. Pergunta-se: SÓ ISSO!! ??Não, e de mudar de paróquia, se reincidir na prática; é nada, absolutamente nada.

Não vamos considerar o Código Canônico em suas especificidades, complexo e de exegese dogmática especialíssima. A Igreja em sua secularidade, e em seus dogmas, absolutamente acolhem a respeitabilidade, embora possamos divergir como seres inteligentes; mas o mundo avançou.

Se aos executores do aborto em termos legais, sentenciou a excomunhão, uma pena espiritual diante dos termos legais/canônicos, Código Canônico, sanção fortíssima e severa, qual a razão de pena tão leve para os de conduta grave que integram o “Corpo da Santa Igreja”, pedófilos?

E isso deveria se dirigir também, como considero, a punição, ao ator da ação e a quem encobre a ação como superior. ISTO EM PROCEDIMENTO NA JUSTIÇA COMUM, PARA ONDE DEVE SER ENCAMINHADO COMO FORAM ALGUNS, COM GRANDE REPERCUSSÃO.

Por que pelo acobertamento haveria punição? Pelo regime penal universal da concausa, “quem de qualquer forma concorre para o crime comissivamente e omissivamente”, pratica ou concorre para a prática. Acobertar e proteger é omissão; mas isso pela brandura da pena decorre de regra.

Chama o Código de “anátema” a pena de excomunhão. Semanticamente anátema é uma marca, um estigma. Não seriam as vítimas da pedofilia, inocentes crianças, como se vê, ouve-se e testemunha-se, os maiores estigmatizados? Os documentários que vi mostram a ferida psicológica das vítimas e famílias, já adultos os vitimados.

Já assisti documentário na TV em que pedófilo fala de suas práticas cinicamente, dizendo-se atraído sexualmente por crianças, e que não ia parar.

Vi famílias e os molestados, por "padres", vítimas já adultos, com o sofrimento marcado pelo resto da vida , testemunhados em processos desencadeados.

A excomunhão, era o mínimo que mereceria como punição quem fez sagrados votos para conduzir o povo de Deus (e encaminhamento do fato para a justiça comum, O QUE AGORA ESTÁ DETERMINADO EM REGRAS RECENTES), e ao invés molesta, estigmatiza, macula e corrompe o ser mais limpo que pisa este planeta; a criança.

Mas foi e é difícil para a Igreja enfrentar seus dogmas secularizados. Então é mais fácil acobertar, se colocar inercial, do que publicar e enviar à justiça comum seus praticantes, POIS MANCHA A IGREJA.

O que mancha é o acobertamento, inclusive de grandes próceres, como agora aflora mais, POR FORÇA DE NORMAS RECENTES.

Difícil enfrentar uma cúria romana, como ressai de pontos claros como divórcio, e outros.

Não é um líder que se enfraquece, é um corpo inteiro, uma corporação que se galvaniza para não expor. E continua assim, embora menos. Muitas famílias, carregando ultrajadas vítimas foram à justiça comum com explosão de escândalos. PELO MENOS AS CORTINAS NÃO ESTÃO MAIS FECHADAS.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/02/2022
Reeditado em 17/02/2022
Código do texto: T7453557
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