III 50 ANOS DEPOIS... 8h11min. (reminiscências).

Dez anos se passaram, após este “recomeço”, e chegamos em 1994, com um novo Plano Econômico, seriam como os outros que não deram certo? Elaborado por Itamar, que fora vice de Collor, e com a “renúncia” deste assumira a Previdência, ele com sua equipe econômica, que constaram as falhas dos planos anteriores, e que neste não poderiam se repetir...

Foi quando Itamar, convidou o estão ex Senador, Fernando Henrique Cardoso, que estava residente em Paris, na confortável situação de Embaixador do Brasil. A princípio relutou, o Presidente insistiu e o mesmo acabou aceitando a condição de Ministro da Fazenda de seu governo, para que “implantasse” o novo Plano Econômico, a princípio foi recebido com muita desconfiança, por parte dos partidos, inclusive do PT, que dizia ser um “plano eleitoreiro” ...

Quanto a “nós”? Fazer o quê? Somente competiria ir aceitando convivendo. Meses antes de 1ª de julho, houve uma “tal de URV”; Unidade Real de Valor, em que os preços subiam diariamente, os fornecedores, davam um prazo de 15 dias, numa URV “congelada”; procurávamos vender a vista ou com um prazo de sete dias...

Em primeiro de julho de 1994, começou pra valer o novo plano, com a nova moeda o Real, em que um Real, tinha o valor de um Dólar. Salário Mínimo, R$ 64 reais, e os preços que subiam diariamente seriam divididos por 2750, mas nem todos os setores fizeram exatamente isto, motivo pelo qual durante muito tempo tiveram os seus valores “congelados”.

Dai para frente foram dias difíceis para indústria e comércio, pois vínhamos de uma longa data com “uma cultura inflacionária”, isto é o consumidor comprava além de suas necessidades, pois sabia que amanhã os preços estariam mais caro, foi quando foi constado que as vendas não eram “reais”, mas “fictícias”, movidas pela cultura inflacionária, isto é, comprar além de suas necessidades, pois amanha os preços estariam mais caros...

E, a realidade foi chegando, os estoques não mais se “valorizavam”, pois os preços estavam estagnados, e as vendas caíram assustadoramente, isto é, caíram na real, foi quando começou a inadimplência, muitos clientes atrasavam seus pagamentos, ou simplesmente não pagavam...

Empresas tradicionais, com décadas existências, foram entrando em dificuldades, e muitas até acabaram fechando em definitivo suas portas, houve um caso mais grave, de um empresário tradicional que acabou pondo fim a sua vida, era alguém que tínhamos relação de amizade, pois durante muitos anos tínhamos permutas de mercadorias, fato muito comum na época... Continua 08h43min.

Curitiba, 16 de fevereiro de 2022 – Reflexões do Cotidiano – Saul

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