“TUDO COMO DANTES...”

O avião democratizou a possibilidade de “voar”,

não o voo em si.

Claudio Chaves

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OS QUE acreditam que a internet, principalmente através de redes sociais e aplicativos de mensagens, pode revolucionar a formação das pessoas estão no mesmo nível de desenvolvimento intelectual daqueles que creem que apenas por possuir um carro veloz qualquer pessoa pode se tornar um campeão de automobilismo.

O ADVENTO da internet representa para a informação o que a invenção do avião representou para a locomoção de pessoas: um novo meio de transporte para o mesmo tipo de passageiros: os que podem pagar por ele.

O AVIÃO democratizou a possibilidade de “voar”, não o voo em si.

DA MESMA forma, a internet, em si, não produz conhecimento, apenas propaga-o.

HAVENDO intencionalidade e os recursos necessários, o mesmo avião que transporta alimentos e medicamentos poderá realizar o contrabando de drogas ilícitas e armas. A teia mundial é esse avião.

ASSIM,

O ARTISTA usa a rede social pra fazer arte, como já usava o teatro, cinema, televisão, rádio, centro cultural, a rua ou qualquer outro espaço.

O PROFESSOR usa a rede social pra ensinar, como já usava os espaços da escola.

O jornalista usa a rede social pra informar, como já usava o jornal impresso, a rádio, a televisão, a revista…

O médico usa a rede social pra clinicar, como já usava o consultório físico.

O escritor usa a rede social pra produzir literatura, como já fazia através dos livros impressos e similares.

O chefe de cozinha usa a rede social pra compartilhar seus conhecimentos gastronômicos e culinários, como já fazia por outros meios.

O publicitário usa a rede social para promover produtos e marcas, inclusive a sua, como já fazia em outras mídias.

O lavrador, o autônomo, o diarista, o atleta, o administrador, o comentarista, o economista, o motorista, o militar, o civil, o estudante, o vendedor…

Todo mundo continua fazendo no mundo virtual o mesmo que já fazia (e faz) no real.

ASSIM, quem no mundo real já era dado a imbecilidades, não vai passar, agora, a produzir genialidades… a internet altera o meio pelo qual as pessoas atuam, não a sua capacidade intelectual e o seu comprometimento moral. Ou como dizem os mais experientes, "o hábito não faz o monge".

ANALFABETISMOS e [outras] exclusões, aliados a altas doses de oportunismo e leviandade, fazem com que a maioria absoluta dos usuários desse instrumento pense exatamente o contrário.