INVEJA

O dicionário descreve a inveja como sendo “desgosto provocado pela felicidade ou prosperidade alheia”.

Até se compreende que crianças de tenra idade sintam inveja do irmão ou do coleguinha da escola ou bairro que ganhou um brinquedo novo ou despertou maior interesse dos pais ou conhecidos.

No período da adolescência a inveja pode se manifestar por aqueles privilegiados pela natureza, quer na beleza, no desempenho nos jogos e artes ou porte atlético, pelos cabelos incríveis e formas femininas de fechar o trânsito, pela aceitação no meio do sexo oposto além, claro, daquelas notas que fazem qualquer boletim brilhar até no escuro.

É razoável, porque essa turma ainda está em formação e bem poucos já se definiram na vida.

Entretanto na idade adulta a inveja é uma das maiores demonstrações de pobreza de espírito e de pequenez moral de qualquer indivíduo, principalmente quando, por consequência os atos advindos desse sentimento mesquinho, afetam terceiros que nada têm a ver com tal deformação moral.

Estou falando da estarrecedora atitude do governador de São Paulo que, praticando pelo menos três dos pecados capitais (inveja, ira e soberba) proibiu a cerimônia de formatura dos Sargentos da Gloriosa Polícia Militar do Estado de S. Paulo, da qual, por força do cargo que ocupa é o Comandante em Chefe.

Tradicionalmente ao final de qualquer curso se faz a cerimônia de colação de grau, entrega de diplomas (no caso específico também a divisa com as três faixas indicativas do posto conquistado), discursos, etc. e a presença de homenageados e paraninfo da turma cuja decisão das escolhas é de exclusividade dos formandos.

Os novos Sargentos em reconhecimento ao exemplar preparo do Ministro de Estado da Infraestrutura, Capitão do Exército Brasileiro, Tarcísio Gomes de Freitas, (pré-candidato ao Governo do Estado) acharam por bem convidá-lo para paraninfo da turma.

Nesses três anos de mandato, João Agripino, desdenhou os militares. Foi como se não existissem, a não ser quando mandou três viaturas para as ruas adjacentes da sua casa com o intuito de isolar-se de manifestantes.

Um misto de inveja e ira tomou conta de J. Agripino quando tomou conhecimento do fato e num gesto de soberba mandou cancelar a cerimônia de formatura para lavar o seu ego ofendido, mas a ferida moral jamais cicatrizará.