CADÊ O VERDE? (Postado no jornal Tribuna do Pampa)

"Ganância, falta de respeito com o meio ambiente, um planeta aquecido por não ter mais árvores, tempestades de areia, enchentes e estiagem, tudo feito pela mão do homem, que apenas busca ficar mais rico e poderoso." (Carlos Solaine Menezes Feijó)

Parece um texto simples e óbvio, no entanto, o mundo cerra os olhos para detalhes simples. Apenas esperamos que os outros façam, aplaudimos ativistas e enchemos os Status das redes sociais com mensagens de apoio. Mas o que exatamente estamos fazendo? Quanto mais de poder o poderoso precisa? É uma competição para ver quem polui mais, quem extingue mais?

O ano de 2021 ficará marcada pela quantidade de catástrofes naturais, (se é que podemos chamar naturais) número de mortes e prejuízos financeiros. Vulcões, tempestades, incêndios, mudanças climáticas e tudo mais, estão na conta do homem. Não adianta culpar a quem apenas parece se vingar.

Penso que catástrofes naturais sempre existiram, contudo, as proporções atuais pareciam inimagináveis. Apenas pareciam.

O excesso de tecnologia faz com que os pequenos não coloquem mais os pés na grama, então para que ela serve? Para que e por quem se preocupar?

Se questionarmos algumas crianças sobre de onde vem os legumes, provavelmente a resposta será: "Do supermercado".

É claro que a culpa não pode ser atribuída a eles, somos nós que estamos a mais tempo pisando nessa terra, ou no asfalto. Pensar que o verde é tão lindo e tão maltratado coloca em dúvida quanto ao amanhã.

Haverá?

Se olharmos para os lados, muitos já perderam seu futuro e tudo que conquistaram ficou no passado. Alguns dirão serem apenas bens materiais, eu também penso assim, mas e as vidas que estão ficando pelo caminho?

O mais certo é que infelizmente não enxergamos melhora, apenas aplaudir não é o suficiente, as coisas são como estão, pois, não precisava ter chegado a esse ponto.

Não entro no mérito governamental porque a consciência vale mais que leis e punições. Cada árvore cortada ou uma tampinha de garrafa jogada no chão, pode significar menos um dia para um ser vivo. Há muito tempo a natureza enviou sutis avisos com se fosse uma conversa de orientação de uma mãe para um filho, como não foi ouvida, resolveu gritar.

Talvez ainda haja tempo de recuperar, na verdade, isso precisa ser feito. Devemos reativar nosso contato de boa vizinhança com a natureza e voltar a preservá-la com mais carinho, porque essa herança será deixada para as futuras gerações. Se ainda houver futuro.