A E I O U

Numa rápida leitura, certamente, e a priore estariam certos, todos diriam tratar-se apenas das cinco vogais, algo meio estranho até, pensariam, para o título de uma crônica. Todavia, se analisarmos melhor, à luz macro, concluiremos o quase infinito representado por elas no universo não somente literário, mas de todo espectro de nosso cotidiano brasileiro. Algum dia já imaginamos o poder contido nessa ínfima quantidade de letras, o quanto precisamos delas para compor um simples vocábulo?

Nenhuma palavra de nosso idioma, da mais comum até as de maior complexidade, pode ser pensada, escrita ou falada sem o uso de uma ou mais vogais. Elas estão em todos os textos que pensamos, falamos e escrevemos, são a base, os pilares e o sustentáculo de nossa linguagem. Abrimos os compêndios, as teses, as receitas, os jornais; vemos as legendas, os outdoors, tudo,tudo mesmo, e lá estão essas letrinhas, intensas em sua simplicidade despretensiosa formando frases, orações, parágrafos e capítulos de livros e até das outrora muito em voga enciclopédias, substituídas pelo boom da internet.

Desnecessário mencionar as milhares de milhares de palavras que elas ajudam a compor, impossível viver sem elas, que andam de mãos dadas com as consoantes numa união realmente estável e perene. Dizer que são imprescindíveis seria banal redundância, malhar em ferro frio, externar o óbvio enfim. São a alma da língua portuguesa. Ah!, como eu poderia burilar esta crônica sem as vogais? Não poderia. Tudo que escrevi as contém.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 11/02/2022
Reeditado em 11/02/2022
Código do texto: T7450081
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