A E I O U
Numa rápida leitura, certamente, e a priore estariam certos, todos diriam tratar-se apenas das cinco vogais, algo meio estranho até, pensariam, para o título de uma crônica. Todavia, se analisarmos melhor, à luz macro, concluiremos o quase infinito representado por elas no universo não somente literário, mas de todo espectro de nosso cotidiano brasileiro. Algum dia já imaginamos o poder contido nessa ínfima quantidade de letras, o quanto precisamos delas para compor um simples vocábulo?
Nenhuma palavra de nosso idioma, da mais comum até as de maior complexidade, pode ser pensada, escrita ou falada sem o uso de uma ou mais vogais. Elas estão em todos os textos que pensamos, falamos e escrevemos, são a base, os pilares e o sustentáculo de nossa linguagem. Abrimos os compêndios, as teses, as receitas, os jornais; vemos as legendas, os outdoors, tudo,tudo mesmo, e lá estão essas letrinhas, intensas em sua simplicidade despretensiosa formando frases, orações, parágrafos e capítulos de livros e até das outrora muito em voga enciclopédias, substituídas pelo boom da internet.
Desnecessário mencionar as milhares de milhares de palavras que elas ajudam a compor, impossível viver sem elas, que andam de mãos dadas com as consoantes numa união realmente estável e perene. Dizer que são imprescindíveis seria banal redundância, malhar em ferro frio, externar o óbvio enfim. São a alma da língua portuguesa. Ah!, como eu poderia burilar esta crônica sem as vogais? Não poderia. Tudo que escrevi as contém.