VIVAMOS, POIS...
Aqueles bons momentos que alguém vive intensamente ao lado de outrem, ainda que eles sejam raros e passageiros, não podem ser desprezados e nem confundidos com a ocorrência de meros sonhos. Sonhos, no sentido literal da palavra, não passam de devaneios do espírito que normalmente ocorrem enquanto nosso corpo repousa em berço esplêndido, em algum lugar bem aconchegante ou em situações nem tanto assim.
Sempre que aceitamos comodamente que a felicidade plena não existe e que o que realmente existe são alguns momentos felizes, estaremos afirmando que tudo o que for vivido por alguém ao lado de outrem, por si só valerá a pena, ainda que, mais tarde, apenas lembranças desse passado voltem a estar presentes no dia a dia de cada um de nós que vivenciou esses momentos felizes.
Portanto, sempre que nos for possível, vivamos intensamente cada momento feliz de nossa vida e não nos importemos com o que se poderá viver depois. A vida que se conta como verdadeira é aquela em que se vive hoje, aproveitando o nosso agora. O amanhã sempre fará parte do futuro, que se refere a esse tempo posterior que nenhum mortal tem controle sobre ele, quiçá, ainda consiga alcançá-lo com vida.
Assim, vivamos o nosso hoje sem estresse, bem como não façamos de nossa vida um mar de lamentações. Não vejamos eventuais insucessos pessoais como uma obra má do destino, até porque essa sucessão de fatos que poderão ou não ocorrer no decurso da vida humana, os quais, geralmente, são vistos como causas independentes de nossas vontades, não poderão ser controlados pelo ser humano quando ele mais necessitar.
Querendo ou não, somos de algum modo os reais responsáveis pela colheita dos frutos oriundos de nossas atitudes. Quando nossa seara comportamental produz bons frutos, nos envaidecemos e, em alguns momentos, até pensamos que somos pessoas dotadas de muita sorte, todavia, quando ocorre o contrário e os frutos colhidos não condizem com o que esperávamos, sempre imaginaremos que a sorte não quis nos favorecer.
Em se considerando que o vocábulo sorte é o nome que é dado para o fruto daquela atitude que tomamos no decorrer de nossa vida, mesmo que ela não seja necessariamente organizada, a qual culminou em um resultado positivo e promissor, aquilo que muitos o chamarão de azar será o inverso perverso do resultado que for obtido pelo fator sorte.
Desta forma, ser uma pessoa sortuda ou azarada sempre estará na dependência da boa condução ou não de nossas atitudes. Na condição de ser pensante que o somos, jamais deveremos debitar eventuais resultados negativos, se esse for o caso, na conta corrente da malfadada obra do acaso.
Vivamos, pois, um dia de cada vez e, dentro dos bons momentos felizes que porventura forem surgindo no nosso dia a dia, procuremos vivê-los intensamente e, preferencialmente, com muita responsabilidade, até porque neste mundo terreno que ora vivemos só haverá uma única vida para cada um de nós. Vivamos, pois...