SÓ O AUTOGOLPE PODE SALVAR O GOLPE (A “ultradistopização” da distopia)
O PRESIDENTE perdeu vários dos seus principais aliados (tanto no plano local quanto no internacional), mas não perdeu nem diminuiu a determinação e a ambição que sempre o motivaram, desde os tempos mal sucedidos da Caserna: o controle, o poder absoluto.
QUE ninguém ouse subestimá-lo. A poda de uma árvore pode ser confundida com sua morte, mas, na verdade, é seu revigoramento.
ELE tem plena consciência – e jamais ocultou isso – de sua absoluta limitação e incapacidade (em todos os sentidos). Viu no golpe de 2016, patrocinado inicialmente (2014) por Aécio Neves e sua trupe e, depois, capitaneado pelo “Juiz-herói” e o “Procurador do PowerPoint”, a chance de desencarnar todos os carmas de fracassos acumulados ao longo da vida, desde a infância, incluindo os preconceitos sofridos por descender de imigrantes e pelos “perrengues” sofridos pela família, como o indiciamento (e absolvição) do pai por exercício ilegal da profissão de dentista.
NÃO iria perder essa chance por nada! E não perdeu.
O PR sempre teve uma mente delirante e fértil para fantasias e narrativas mirabolantes – acredita (e vende tal crença), por exemplo, ter sido peça importante na perseguição a Carlos Lamarca, em 1970, por soldados do Exército a serviço da Ditadura – estória provavelmente resultante de algum delírio infantojuvenil cuja única fonte é o próprio ou engenhosamente construída a partir de sua chegada à Câmara Federal, como artifício (em duplo sentido) para construir sua “patriótica” biografia. A obsessão é tamanha que o nome do Guerrilheiro aparece nada menos que 33 vezes nos discursos do então deputado federal, que também narra a execução (por ordem de Lamarca) do tenente da PM Alberto Mendes Júnior antecedido de terríveis torturas, as quais incluiriam sua emasculação e deglutição das genitálias pela própria vítima – outra, até que se prove, fantasia não atestada por nenhuma fonte oficial e nem por Brilhante Ustra (oficial do Exército condenado por tortura), autor que narra a execução do Tenente, ídolo e grande fonte de inspiração do Presidente – que “odeia bandidos, foras da lei e condenados”.
ELE e seus apoiadores próximos – e tão inexpressíveis enquanto figuras públicas quanto –, como Braga Netto e Augusto Heleno, têm consciência que foi por meio desse niilismo às avessas que foi construída sua candidatura e mantido o seu desastroso Governo.
QUANDO a picaretagem do famigerado “kit gay” perdeu forças, permaneceu o “combate ao comunismo [menos da China] e à corrupção, principalmente do Centrão”. Também lhe rendeu projeção o “implacável combate a ditaduras sanguinárias [em Cuba e na Venezuela]” – Coreia do Norte, Afeganistão, Síria, Belarus, Guiné Equatorial e toda África Central, Filipinas, Indonésia... tudo democracias modelo. Quando a máscara do combate à corrupção caiu com o autoboicote ao tal pacote anticrime, a tentativa da invenção do juiz de garantia (pra proteção da família mais honesta do País), cooptação do COAF e intervenção na Polícia federal, foi então a hora de centrar fogo no Congresso, com ensaios golpistas de manifestações de rua exigindo golpe militar, “AI-5” e intimidações de ministros do STF e da própria Corte – quem não se lembra de Sara Giromini e seus 300 [lunáticos] que, na verdade, eram 30?! Desmascarada mais essa farsa, os eleitos da vez passam a ser governadores, prefeitos e cientistas que, desesperadamente, e vários [destes últimos] ao custo da própria vida, lutavam contra a pandemia. Estes se tornaram alvos das calúnias mais infames e bizarras, como: fraudes em atestado de óbito e falsos enterros pra inflar estatísticas de mortes por covid-19, indução de pacientes à morte e falsificação de prontuários pra receber recursos do Governo Federal, recusa a receitar o kit do “tratamento precoce”, morte de voluntário dos testes com vacina, vacinas feitas com fetos humanos, vacinas que causam aids, entre tantas e tantas outras.
TAMBÉM se tornaram inimigos perigosos da nação o Congresso Nacional [mais uma vez] ao se recusar aprovar o tal voto impresso, e o TSE e seu Presidente Roberto Barroso ao não admitirem as “inconcussas fraudes nas urnas eletrônicas”.
O ATUAL Governo é, com o perdão do neologismo redundante, a “ultradistopização” da distopia.
OU SEJA, a única forma do Governo continuar sendo Governo é o Governo derrubar o Governo.