ZÉ DA SUNAB
Não sei o nome daquele sujeito, apenas testemunhei a sua desilusão naquela febre que contagiou os mais inocentes, que vestiram com muito entusiasmo a camisa de fiscais da SUNAB., então aquele coitado foi só mais um Zé, fiscal da Sunab.
Nos anos oitenta, com a inflação nas alturas, o governo brasileiro recém empossado criou o Plano Cruzado e estabeleceu que inflação seria zero. Congelaram todos os preços e investiu numa publicidade avassaladora. Acabou assim conquistando o apoio da população. O papel do cidadão era ligar para a Sunab., quando houvesse qualquer aumento de preço, etc., e tal.
Não sei se em algum dia a tal instituição atendeu o telefonema de algum dos seus crédulos “fiscais”, sei que naquela manhã eu estava na fila para comprar o pão na padaria do bairro, quando começou um bate-boca entre o Zé da Sunab., e o proprietário da padaria. O Zé, gritando alto, chamando a atenção de todos que estavam por ali, e não eram poucos, dizia: “Você tá ferrado, eu vou ligar agora mesmo pra Sunab.”, pegou o telefone público do orelhão na calçada em frente e teimou em repetidas discagens, que obviamente não foram atendidas. Desconsolado saiu caminhando de cabeça baixa.