Sarney: o multipolitico.
Depois de ter exercido todos os cargos políticos no seu Estado de origem, o Maranhão, chega à Presidência da República, em decorrência do falecimento de Tancredo Neves, de quem era Vice na chapa do Colégio Eleitoral. Não foi eleito pela população brasileira. Em seus pronunciamentos à Nação, ficou conhecido pelo seu habitual vocativo, "brasileiras e brasileiros."
Certa vez, uma repórter lhe perguntou sobre as suas aspirações políticas, depois de ter chegado ao mais alto comando da nação. Ele respondeu que quem chega ao cargo máximo da República não deve ter mais outra aspiração política. Encerraria ali a sua carreira. Iria continuar como escritor, já membro da Academia Brasileira de Letras. Entretanto, contrariando suas próprias palavras, ainda foi ser Senador pelo estado do Amapá. Ali, provavelmente por divergências políticas, mandou prender um seu desafeto. No dia de sua libertação, os amigos acharam por bem fazer uma comemoração e se dirigiram às margens do rio Amazonas, em Macapá, onde há vários restaurantes. Coincidência ou não, escolheram o "Restaurante do Sarney". Quando o novo liberto viu o nome, recuou e disse: "aqui não fico". E os amigos foram explicar que o nome nada tinha a ver com o político. Apenas porque seu proprietário tinha um bigode parecido com o do Sarney. Mas, o então absolvido, retrucou: "não fico em nenhum lugar que lembre aquele fi da peste".
Tocaram mais à frente, e, ainda na margem do rio Amazonas, noutro restaurante, fizeram a farra pela soltura do inimigo político do Sarney.
PS. Para quem alega desconhecer as obras literárias de José Sarney, cito apenas "O Dono do Mar."
Mas, segundo seus conterrâneos, o que ele queria ser mesmo era "O Dono do Maranhão".