Imagem by Sandra Laurita

 

 

 

O Verde que me Salva (BVIW)

 

Hoje acordei sem vontade de acordar, nem sempre é fácil sair do ninho, abandonar o casulo e enfrentar o mundo.  Mas, como gato, me espreguiço, ajeito a carcaça e parto pra vida. 

Tenho o hábito de "enterrar sementes" de tudo que como e minha felicidade é vê-las germinarem, até choro, juro!  Tenho abacate, nêspera, limão, laranja, abacaxi e até uma macieira, algumas plantadas no quintal, outras em vasos, onde tiver terra eu planto.  Esses dias me deparei com dois "pés" de milho verde, estes porém, eu não plantei, nasceram provavelmente de sementes caídas do bico de algum pássaro que frequenta o comedouro do meu quintal.  O mais impressionante é que nasceram numa fresta entre o muro e o concreto do chão.  Isso me fez refletir no quanto a natureza é mais forte que eu, resiliente e grata por qualquer oportunidade de vida.  Enfrentam as intempéries climáticas e a ação do homem.  Uma baita sacudida para resgatar minha coragem perdida!  Com certeza vou continuar enterrando sementes, desejando que o verde, esse que quero tanto, renove em mim a esperança de dias melhores.

 

                                      Sandra Laurita

 

 

 

 

*Tema proposto: Verde que te quero Verde*

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*Interação do poeta dito

 

 VERDINHA :

 

Tua áura é verde

verdinha 

Tua áura clorofila mi'alma 

foto-sintetizando amor 

 

      dito

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* Interação do poeta Herculano Alencar*

 

Uma flor no asfalto

 

Tinha uma flor no meio do asfalto,

bem no meio do nada! Uma flor,

uma pequena rosa (sim senhor)

de pétalas erguidas para o alto.

 

Uma dessas rosinhas sem valor,

que mal sabe que existe a primavera.

Provavelmente o vento a trouxera

e não sabia, ao certo, onde pôr.

 

Tinha uma flor na curva da estrada,

uma pequena flor abandonada

sem um gota d'água. E mesmo assim

 

sobreviveu, no meio do asfalto,

co'as pétalas olhando para o alto

como se fosse o céu o seu jardim.

 

            Herculano Alencar

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*Interação do poeta amigo fabio fernandes*

 

Verde "que te quero" Milho

 

Na junta que  < separa > da alvenaria o ladrilho,

contrariando, na lógica, a engenharia,

cresceu, forte e viçoso, o pé de milho,

provando que a vida não tem medida 

e, em qualquer espaço, faz acontecer

o milagre de a seu tempo ser possível

lograr deliciosa espiga de tenaz milho. 

 

              Fabio Fernandes

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