Etérea Gravata Borboleta... Eterna - BVIW

Ele apoia o rosto em uma das mãos, enquanto seu sorriso discreto em sintonia com seu olhar misterioso deixam sua face inclinada, como se uma brisa de poesia o envolvesse e imóvel ele permanece... É assim com essa imagem em preto e branco que gosto de lembrá-lo.

Imagino-o sentado em frente à sua escrivaninha e antes de escrever dobra as mangas da camisa branca e desabotoa os três primeiros botões, sentindo - se mais confortável, agora, o genial Federico García Lorca inicia a escrita da bela poesía “Romance sonámbulo” e no primeiro verso pincela em palavras: “Verde que te quiero Verde”.

Enquanto escrevo esta crônica sinto uma silenciosa atmosfera em tons de sépia e de distantes, mas aromáticos verdes, abraçando-me e a Poesía de Lorca, tecida com fios de reticências a segurar minhas mãos e guiar-me, emocionada, mergulho em suas letras... Alongada lágrima.

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. Poesía - “Romance sonámbulo” faz parte do livro: “Romancero gitano” (1928).