MERCADO LIVRE

Até bem pouco tempo ter telefone em casa era sinal de status social elevado.

Havia o comércio regular praticado pelas teles estaduais aonde o comprador por força dos contratos se tornava acionista das empresas, transferências entre proprietários, com ou sem a negociação das ações e o comércio clandestino praticado por terceiros ou por corretores responsáveis pelas vendas tanto das linhas já instaladas como das novas quando, em intervalos geralmente longos, se faziam as ampliações da rede para incluir locais ou com o número de linhas insuficientes para cobrir a demanda de forma que justificasse tal investimento.

Nessas ocasiões as ruas se tornavam verdadeiro pandemônio com a instalação subterrânea dos eletrodutos pré-moldados, a construção dos poços de serviços, canos galvanizados nos postes da rede elétrica além do emaranhado de fios dos ramais que, devido à pouca altura, eram frequentemente partidos por veículos altos conduzidos por motoristas desatentos, mas tudo isso acabou quando o governo resolveu entregar o serviço à iniciativa privada. As teles foram vendidas e tivemos o bum com a entrada da telefonia móvel.

Hoje temos mais linhas de celulares do que habitantes, apesar das operadoras serem as campeãs absolutas de reclamações por serviços mal feitos ou não existentes apesar de constar do portfólio, por cobranças indevidas, planos totalmente alheios às necessidades dos usuários, etc. assim como as antenas necessárias ao bom desempenho da comunicação em locais afastados que não foram instaladas, e nem o serão, porque a ANATEL não tem autoridade bastante para punir os faltosos.

A aplicação de multas por desserviço das operadoras deveria seguir o mesmo padrão dos DETRANs onde primeiro se paga o valor cobrado para depois recorrer. Multar e não executar a cobrança até as últimas consequências é inútil.

A operadora Oi resolveu colocar à venda a sua rede de celulares.

(Ela é uma das empresas envolvidas nos escândalos da roubalheira institucionalizada pelo maior ladrão do mundo, descondenado pelo STF e candidato a voltar à cena do crime, com pagamentos obscuros feitos ao filhinho do meliante, que da noite para o dia passou de apanhador de bosta de elefante, vez que era zelador do Zoo de S. Paulo Capital, a latifundiário notável produtor de proteína animal).

Nada mais natural, pois que vender e comprar são partes integrantes e inseparáveis do comércio, mas o erro está no fato de que serão compradoras as demais concessionárias do mercado brasileiro de telefonia, Claro, Tim e Vivo.

Isso sugere que a prestação de serviço tende a piorar, porque em vez de aumentar a concorrência com a entrada de novos operadores, que é a forma mais eficiente de oxigenar o mercado, haverá o incremento do oligopólio existente.

Essa concentração danosa aos consumidores tem a anuência do CADE que, como sua congênere ANATEL, é quase sempre inoperante.

GLOSSÁRIO

ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações

CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica

DETRAN – Departamento Estadual de Trânsito