A VIDA VENCERÁ A FERA INVISÍVEL

Fico entusiasmado e feliz quando vejo as ruas da cidade se colorindo de vida, muitas pessoas indo e vindo, sorrindo, conversando, correndo para os pontos de ônibus, atravessando as faixas de pedestres, enchendo o dia do calor humano que se alia ao sol já escaldante e transforma a existencia num ruge-ruge de suor, risos, preocupações corriqueiras e até lágrimas, deixando claro que viver apenas por viver é o que realmente importa. Todo coração que bate, saudável ou não, como o dos vira-latas e gatos de rua, completa esse cenário vívido, além dos jardins floridos das folhas das árvores farfalhando e se abraçando, os beija-flores namorando rosas, os pássaros alimentando seus filhotes nos ninhos, a gritaria dos vendedores ambulantes, os carros passando em baixa ou alta velocidade, tudo enfim seguindo o curso natural dos dias , semanas, meses e anos.

Então, emocionado, eu me debruço sobre meus pensamentos livres, sorvo a tímida brisa oriundo do mar logo adiante, embrenho-me na multidão acalorada, cumprimento quem me olha sorridente, sinto uma quase incontrolável vontade de dançar, de saudar o novo amanhecer, de interagir com gente, flora e fauna, de ver a quantas anda a praia e os banhistas, de andar descalço na areia e molhar os pés na água salgado do Atlântico. Não levo celular comigo, nem documento algum, muito menos o vil metal, estar vivo é somente aproveitar e agradecer a Deus pelas graças e misericórdias cotidianas, é apertar a mão dos desconhecidos e oferecer-lhes olhares de paz, de fraternidade e de amor ao próximo.

Para sorrir e permitir a visão do meu sorriso, tiro a máscara imposta pela desgraçada pandemia que assola o mundo, mas por precaução o vidrinho com alcool setenta está prestativo no bolso da calça, e a cada aperto de mão higienizo as mãos. Infelizmente é a realidade atual, embora celebremos a vida não podemos esquecer de evitar a morte na sombria figura do vírus que tantas vidas já levou. Talvez a minha alegria por assistir o desfilar humano nas ruas esteja ligada justamente ao fato de que jamais podemos esquecer de sonhar, de ser feliz independente dos males que nos rodeiam. Atentos aos cuidados e protocolos para evitar o contágio, nada pode nos impedir de seguir em frente, porque viver é necessário, é urgente, e estar feliz se mostra condição imperiosa por acreditarmos que um novo horizonte se desenha, se Deus quiser em breve estaremos livres da sombra da fera invisível que enlutou os países. Meu sorriso crê que assim será, sob as bençãos e graças divinas.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 04/02/2022
Código do texto: T7444561
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