Pai afasta de mim esse cale-se...
Estamos vivendo um tempo de mentiras e hipocrisias.
Políticos tem a coragem de manter-se em seus cargos atacando seus colegas.
Delegados e agentes policiais unem-se a marginais para conquistarem novo status.
Juizes e desembargadores vendem suas sentenças para auferir altas compensações.
Empresários utilizam-se de seu caixa dois para comprar a consciência de fiscais, políticos, delegados e juizes.
Vejo o poder econômico comprando jornalistas, radialistas e veículos de comunicação.
Em meio a tudo isso percebo que o povo está cada vez mais amorfo, mais complacente.
É como se tudo fosse super normal.
As pessoas perderam a capacidade de indignar-se.
Aí lembro de meu pai que sempre me dizia “Filho, se o malandro soubesse como é bom ser honesto, ele o seria por pura malandragem.”
E ainda que não deveria calar-me diante das injustiças do mundo, da desonestidade e safadeza.
Então hoje, falando num jornal de rádio todas as manhãs e vendo tantas coisas erradas em todos os níveis e formas de poder e com o desejo de nunca calar-me peço:
Pai, afasta de mim esse cale-se.
São José dos Campos, 10/08/2007