Paracuru, paixão a primeira vista!

Era dia 23/02/1979, sexta feira, quando eu estava conversando com uns amigos e, praticamente todos estavam de malas prontas para naquele mesmo dia, ou no dia seguinte, "se mandar" do bairro para brincar o carnaval numa cidade próxima.

Paracuru era o destino mais comentado!

Eu nunca havia passado o carnaval em outro local, mas, de tanto ouvir as conversas acabei pegando pressão, juntei a isso o fato de que eu merecia comemorar meu ingresso na faculdade daí, fui atrás de uns parceiros mais descolados para me acompanhar.

Facilmente me juntei a um grupo nas minhas mesmas condições, ou seja, cheios de vontade e quase nenhum dinheiro no bolso.

Fiquei numa alegria que só vendo, no entanto, não nego que as condições financeiras, que eu me encontrava para enfrentar um desconhecido, me assustavam um pouco.

Busquei motivos para não desistir, me apeguei nas forças do destemido grupo e, "Fui com medo mesmo!"

Naquele tempo ainda existia a famosa "Rodoviária dos Pobres" no meu bairro Antônio Bezerra, quando chegamos na dita, para pegar o ônibus, senti o peso da responsabilidade, tinha gente saindo pelo ladrão, com destino para muitos locais, dentre eles, o mais cotado era Paracuru.

Fomos em pé, numa indescritível alegria, cantando e fazendo algazarra até lá, rapidinho estávamos no Paracuru: Eu, Tereza das Neves, a prima dela (desculpa, esqueci o nome) e o Garibaldo.

Nunca tinha visto tanto carro junto na minha vida! Eles contornavam a cidade inteira.

Nossa primeira iniciativa foi encontrar um local onde um filho de Deus pudesse guardar nossas mochilas. Se pensam que não tínhamos um local para ficar, estão cobertos de razão, pois não tinhamos mesmo, mas, numa animação daquela, para nós isso não passava de mero detalhe.

O cansaço do primeiro dia foi despejado na calçada da prefeitura, com um bando de lisos iguais a nós.

Dormi quase nada, fiquei observando cada detalhe a meu redor. Eu estava sóbrio, não bebia nada com álcool e não usava "tóxico" (É o novo!). Portanto, sendo a alegria de viver uma companheira inseparável, as adversidades não conseguiram evitar a minha paixão a primeira vista pelo Paracuru, que conservo até hoje.

Conto o resto depois! ✨🎶