Os desejos de Marcella

 

Aluu! Inuugujaq meus 23 fiéis leitores e demais 36 que de quando em vez passam aqui pelo meu Denorex literário a fim de ler crônicas que parecem, mas não são. Ajungilla?

 

"Parece remédio, tem cheiro de remédio, mas não é remédio" - recordam do comercial do shampo Denorex, anticaspa? Pois então, essa é uma crônica Denorex, visando tirar a caspa libidinosa que apinha seus cérebros maliciosos. Tuzes pensaram, pela imagem e pelo título, que era uma crônica com apelo erótico, não é mesmo? Que trataria dos desejos sexuais de uma mulher chamada Marcella, né? Pois bem, tuzes erraram: a crônica é sobre os desejos de minha nora Marcella, essa daí de cima, que está grávida. Kkkkkkkkk, enganei tuzes, que bobocas tuzes são. Caíram fácil em meu ardil literário rastaquera.

 

Tuzes já sabem que o Toninho Júnior tá morando na minha casa com a Marcella, que está grávida, já contei isso pra tuzes aqui no Recanto. Pois a guria tá naquela fase que sente uma infinidade de desejos e atazana dia e noite o Toninho Júnior para satisfazê-los, o que, a princípio, não me importaria em nada, pois isso é problema dele que estufou a moça. O porém é o fluxograma familiar estabelecido: a Marcella atazana o Toninho Júnior, que atazana a Louise que me atazana, o que, fatalmente, acaba estourando no meu cartão, visto o Toninho Júnior ser um completo pelado, tanto para fazer filho quanto de grana. E, como a Louise é a fêmea alfa  aqui de casa, lá vai este Bacamarte e seu cartão satisfazer os desejos de uma gestante que nem fui eu que engravidei, ou seja, assumo o custo sem ter gozado o benefício.

 

E até fico meio desconfiado com essa Marcella, ela tem um jeito de sacana que me deixa com uma pulga atrás da orelha sobre possíveis chifres na cabeça do Toninho Júnior. Para tuzes terem uma ideia, quando ela vinha aqui em casa, antes de se mudar de mala e cuia pra cá, seguido pegava ela saindo assim (imagem acima) do quarto do Toninho Júnior para o banheiro, e toda sorridente. Isso é lá jeito de uma nora andar pela casa do sogro? Poderia apostar que essa rapariga estava propositalmente me tentanto. Muito à vontade, muito dada essa guria. Demais. A foto ao fim do texto é de quando ela veio com uma "roupa de teatro" aqui em casa. Olhem lá embaixo pra ver. Viram? Pois é, falei para Louise e ela, advogada de defesa que é do Toninho Júnior, disse: "Ai, não implica Tunico, é só o jeito da menina". Menina!?!? Pois tá aí a menina agora, barriguda, andando pela minha casa, comendo a minha comida e gastando minha água e minha luz, além de se associar na minha Netflix e na minha internet.

 

Assim lá vou eu, satisfazer os desejos da guria e as vontades da Louise em nome da prole dos Bacamarte. Cheguei até a pensar na hipótese de mandar a Louise e o Toninho Júnior (e esposa) pra fora de casa, mas cheguei à conclusão de que sairia mais caro do que o arranjo atual. Ademais, a Louise ainda tá muito boa de uso e seria, nesse caso, mais custo sem gozo de benefício. Não adianta, eu e meu cartão estamos esnucados, num beco sem saída, de mãos amarradas. Entretanto, uma vantagem pintou em tudo isso....

 

Estou na torcida por outro Bacamarte macho na família, eis que sou inescrupulosa e despudoradamente vaidoso o suficiente para estar em campanha familiar aberta pra que ele se chame Antônio Rollim Fernando de Braga Bacamarte Neto, o meu Baca Neto. O Toninho Júnior e sua advogada, quero dizer, mãe, estão meio contra, mas já saquei que a tal Marcella é uma aliada em potencial... Não porque goste muito de mim ou do meu nome, mas porque já sacou que o meu cartão é forte e que eu costumo ser generoso para com os sócios que me agradam e satisfazem meus desejos. Tipo assim: a esperta sacou que o meu cartão satisfará os seus (atuais e futuros) desejos e os meus se ela me agradar. Comecei a gostar dessa Marcella, ela é meio interesseira, falsa, dissimulada, vaselina e mentirosa, assim como eu. Vamos nos dar bem, até porque eu já estava cansando de ser o único canalha aqui nessa casa e ansiava por uma parceria afim. Problema é do Toninho Júnior se ele realmente divide o prato onde ele come com alguém, não fui eu que joguei essa Marcella no colo dele, foi o próprio que a achou por aí, embarrigou e arrastou aqui pra casa. O fato é que o dono da porca é o dono do leitão. Depois de registrado, o Baca Neto o será pra sempre. Mulher, se for o caso, o Júnior arruma outra. O garoto ainda é muito novo, está naquela fase de se enrrabichar por mulher gostosa, que nem eu na minha juventude com a tal francesa, a Aline, da qual já falei em crônicas anteriores. A vida ensina e o Júnior aprendará e se tornará um cara mais safo, mesmo sofrendo, se for o caso.

 

Esse mundo é brutal e os cronistas se dão bem nele, eis que são os literatos mais brutais que existem. Que o diga o mestre Nelson Rodrigues, que fazia crônica e escrevia sobre A vida como ela é. Sabia das coisas.

 

Qujanaq por terem dado uma passadinha por aqui hoje. Takuss"!

 

 

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Era isso pessoal. Toda sexta, às 17h19min, estarei aqui no RL com uma nova crônica. Abraço a todos.


MAIS TEXTOS em:
http://charkycity.blogspot.com

(Não sei porque eu ainda coloco o link desse blog, eu perdi a senha e não atualizo ele há séculos. Até eu descobrir o motivo pelo qual continuo divulgando esse link, vou mantê-lo. Na dúvida, não ultrapasse, né. Acho que continuarei seguindo o conselho que a Giustina deu num comentário em 23 de outubro de 2013: "23/10/2013 00:18 - Giustina
Oi, Antônio! Como hoje não é mais aquele hoje, acredito que não estejas mais chateado... rsrrs! Quanto ao teu blog, sugiro que continues a divulgá-lo, afinal, numa dessas tu lembras tua senha... Grande abraço".)

CARTA ABERTA aos meus caros 23 fieis leitores: 
https://www.recantodasletras.com.br/cartas/3403862

GLOSSÁRIO KALAALLISUT:
Aluu - Olá.
Iterluarit kumoorn - bom dia.
Inuugujaq - Boa tarde.
Ajuungila - Como estão?
Qujanaq - Obrigado.
Takuss' - Até mais.

Antônio Rollim Fernando de Braga Bacamarte