(Não por acaso) O Olho do Observador
Em um dos mais expressivos episódios de "Caverna do Dragão", Eric (o Cavaleiro), prestes a voltar para casa, após ter adentrado o portal que ficaria aberto por pouquíssimo tempo, tem de decidir: ou volta para casa e abandona Sir John e seu filho ou fica para ajudar a destruir O Observador (um monstro de aparência abjeta e de um olho enorme, com outros, na ponta de apêndices que se mexem em sua cabeça, tal e qual uma medusa). Uma trilha sonora que representa muito bem o momento dá sua contribuição. "O que Você está fazendo se chama Salvamento, Cavaleiro", ou algo assim, é dito por alguém a Eric ou o próprio é quem o diz. Ele decide ficar e atuar na luta contra a criatura abissal. Se valendo de uma tampa de lata de lixo, desvia os raios dos olhos menores do Observador. Mas é Sir John, cuja bravura era toda como falsa, quem mata o Observador, quando aponta uma flor para que esse diabo a contemple. Esse episódio, por si só, já renderia um monte de reflexões. Mas eu gostaria de fazer uma que me parece muito pertinente. Eric é conhecido por uma conduta invariavelmente egoísta. Porém, nesse episódio ele se vê compelido a lutar pelos outros, sacrificando seu regresso à Terra. Isso me faz pensar no seguinte: a Vida constantemente nos põe à prova. Nos dá a chance de mostrarmos quem somos quando temos a oportunidade de salvarmos a nós mesmos ou aos outros. De lutarmos pelo bem dos outros ou apenas do nosso próprio bem. A decisão – se louvável ou condenável – depende unicamente de nós mesmos.
Soa bem clichê, não? Eu sei. Mas em tempos como esses a gente tem que explicar o óbvio, pois ele pode passar despercebido.
A Vida nos põe à prova todo santo dia. É como se houvesse uma Força Superior querendo saber como a gente age quando dispõe de algum poder. Se a gente trata bem quem está menos favorecido que a gente ou ignora, maltrata etc.
É bom a gente refletir sobre isso. Porque "grandes poderes trazem grandes responsabilidades", como dizia Ben Parker.